
Tenho 42 anos de idade e, exceto pelo ensino médio, cursei o ensino básico em escolas públicas. Embora o ensino público daquele tempo tivesse, notadamente, uma qualidade superior à de hoje, a então “Educação Artística” era considerada uma disciplina menor, ou seja, menos importante que Matemática ou Língua Portuguesa, por exemplo. Esse era o senso comum, tanto entre os alunos quanto entre os professores.
Analisando a questão, hoje, atribuo essa imagem pejorativa do ensino de Arte na escola como reflexo de uma formação deficitária dos próprios arte-educadores, que limitavam suas aulas a meras oficinas de artesanato (produtoras de “cartões comemorativos” e “corações de cartolina”) sem qualquer aprofundamento histórico sobre a Arte ou discussão crítica sobre as diversas linguagens artísticas. Dessa forma, o aluno não se sentia estimulado, instigado a explorar um universo tão fascinante, apesar de vivermos num país de produção artística riquíssima.
O educador deve encarar como um de seus maiores compromissos a elevação do padrão de ensino do país e, para tanto, não pode nivelá-lo por baixo, seja por preconceito: acreditar que o aluno não tem uma formação cultural que lhe possibilite plena compreensão e absorção de conteúdos mais complexos; ou por simples acomodação: acreditar que, por mais que o professor se esforce, não poderá mudar a postura de um aluno desinteressado, por isso, não vale a pena sequer tentar.
Para que professores e alunos “falem a mesma língua”, é necessário que o educador tenha uma grande dose de criatividade e busque maneiras eficientes e eficazes de atingir seu público, e isso só será possível se compreender a realidade de seus alunos. Interessar-se em entender as condições materiais, familiares, sócio-econômicas e culturais que eles vivenciam e buscar alternativas que possam superar as possíveis barreiras criadas por um ou mais desses aspectos. É preciso, também, desmitificar a Arte: trazê-la para o cotidiano do aluno, e buscá-la, também, na mesma fonte.
“Em termos culturais, as comunidades nada oferecem. Literatura, teatro, música e outras manifestações artísticas não fazem parte da vida dos alunos porque:
a) a população adulta precisa ocupar todo o seu tempo na busca de satisfação de suas necessidades básicas de alimentos e moradia;
b) não são estimulados nem pelas famílias nem pela escola e, muito menos, pelos poderes públicos”. (Nelson PILETTI, Psicologia Educacional, p. 307).
Exemplificando: um educador pode, pessoalmente, não se identificar com a cultura hip hop – não ouvir rap ou apreciar o grafite urbano - porém, não pode ignorar que se tratam de manifestações artísticas e culturais importantes, especialmente entre os jovens. Assim, por que não explorá-las, fazendo com que os alunos pesquisem a respeito de suas raízes e contribuições para a cultura no Brasil e no mundo? Isso não poderia lhes despertar o gosto pela pesquisa, pelo aprofundamento teórico e embasamento do conhecimento? E, a partir desse despertar, não seria mais fácil expandir esse conhecimento para outras áreas do saber que não fizessem exatamente parte de seu cotidiano, como, por exemplo, lançar o tema: a produção de grafite X escolas ou movimentos artísticos, demonstrando aos alunos que, da mesma maneira que existem diferentes estilos no grafitismo, o mesmo ocorre na pintura clássica, relacionando arte popular e arte erudita?
Dessa maneira, talvez as grandes obras de arte produzidas pelo homem não seriam vistas pelos jovens apenas como “velharias” de museu, totalmente desinteressantes e distantes de seu cotidiano.
Analisando a questão, hoje, atribuo essa imagem pejorativa do ensino de Arte na escola como reflexo de uma formação deficitária dos próprios arte-educadores, que limitavam suas aulas a meras oficinas de artesanato (produtoras de “cartões comemorativos” e “corações de cartolina”) sem qualquer aprofundamento histórico sobre a Arte ou discussão crítica sobre as diversas linguagens artísticas. Dessa forma, o aluno não se sentia estimulado, instigado a explorar um universo tão fascinante, apesar de vivermos num país de produção artística riquíssima.
O educador deve encarar como um de seus maiores compromissos a elevação do padrão de ensino do país e, para tanto, não pode nivelá-lo por baixo, seja por preconceito: acreditar que o aluno não tem uma formação cultural que lhe possibilite plena compreensão e absorção de conteúdos mais complexos; ou por simples acomodação: acreditar que, por mais que o professor se esforce, não poderá mudar a postura de um aluno desinteressado, por isso, não vale a pena sequer tentar.
Para que professores e alunos “falem a mesma língua”, é necessário que o educador tenha uma grande dose de criatividade e busque maneiras eficientes e eficazes de atingir seu público, e isso só será possível se compreender a realidade de seus alunos. Interessar-se em entender as condições materiais, familiares, sócio-econômicas e culturais que eles vivenciam e buscar alternativas que possam superar as possíveis barreiras criadas por um ou mais desses aspectos. É preciso, também, desmitificar a Arte: trazê-la para o cotidiano do aluno, e buscá-la, também, na mesma fonte.
“Em termos culturais, as comunidades nada oferecem. Literatura, teatro, música e outras manifestações artísticas não fazem parte da vida dos alunos porque:
a) a população adulta precisa ocupar todo o seu tempo na busca de satisfação de suas necessidades básicas de alimentos e moradia;
b) não são estimulados nem pelas famílias nem pela escola e, muito menos, pelos poderes públicos”. (Nelson PILETTI, Psicologia Educacional, p. 307).
Exemplificando: um educador pode, pessoalmente, não se identificar com a cultura hip hop – não ouvir rap ou apreciar o grafite urbano - porém, não pode ignorar que se tratam de manifestações artísticas e culturais importantes, especialmente entre os jovens. Assim, por que não explorá-las, fazendo com que os alunos pesquisem a respeito de suas raízes e contribuições para a cultura no Brasil e no mundo? Isso não poderia lhes despertar o gosto pela pesquisa, pelo aprofundamento teórico e embasamento do conhecimento? E, a partir desse despertar, não seria mais fácil expandir esse conhecimento para outras áreas do saber que não fizessem exatamente parte de seu cotidiano, como, por exemplo, lançar o tema: a produção de grafite X escolas ou movimentos artísticos, demonstrando aos alunos que, da mesma maneira que existem diferentes estilos no grafitismo, o mesmo ocorre na pintura clássica, relacionando arte popular e arte erudita?
Dessa maneira, talvez as grandes obras de arte produzidas pelo homem não seriam vistas pelos jovens apenas como “velharias” de museu, totalmente desinteressantes e distantes de seu cotidiano.
Oi suzi, gostei do Diário/Blog. Convide seus colegas a visitá-lo. Lógico há muito a se discutir a respeito do entendimento entre Arte, Artesanato, Publicidade,...Muito coisa vai ser diferenciada por coisas como Espaço,Tempo,Contexto,Conceito...como estas palavras vão ser discriminadas em um determinado "fazer artistico" poderá determinar a "obra de arte" no seu sentido estrito ou "arte" no seu sentido lato...
ResponderExcluirÉ preciso compreender que não há juízo de valor nesse caso. Não se deve julgar que Obra de arte, Objeto artesanal ou "peça" publicitária seja "melhor" ou "mais valioso"...O Que existe é "campo" de pertencimento, delimitação de área de confluência e ferencial para estudos. A confusão no campo do conhecimento se dá como prática de banalização, menosprezo provocado pelo conflito de interesses. Assim, Arte enquanto área do conhecimento tem seu valor diminuído e consequentemente o profissional que com ela trabalhe, também. Então vamos ouvir eternamente o chavão: "para quê ensinar arte se arte é tudo?"