sexta-feira, 9 de maio de 2008

Tech Salad: integrados, apocalípticos, globalização, EaD... e por aí vai!

É inegável que o advento da internet mudou a maneira de nos comunicarmos. Hoje, as informações chegam instantaneamente a todos os cantos do mundo. Além da comunicação, também se observa uma massificação de usos e costumes, que não se restringem mais aos países ou regiões de origem: a música que a adolescente brasileira ouve, também está tocando na Austrália, por exemplo.

Mas, até que ponto essa massificação é benéfica? Vejamos o caso do Brasil, por exemplo, que é um país que apresenta profundos contrastes sociais: em muitos lugares deste país crianças e adolescentes mal têm acesso à alfabetização. Estudam es escolas de taipa, feitas de lata ou com paredes de isopor, ou mesmo sem paredes, sob uma árvore ou dentro de uma choupana. Onde é que entra a globalização, nessa realidade? Assim, depreendo que, na verdade, o mundo não está globalizado de forma democrática: apenas uma pequena parcela da população tem acesso às inúmeras possibilidades de uma comunicação rápida e sem fronteiras geográficas.

No caso da educação, é indiscutível que as novas tecnologias deram novo impulso à sua dinâmica e metodologias pedagógicas. Como a frase que está na capa do nosso PPP (Projeto Político Pedagógico), essa plataforma (WEB) tornou possível uma “educação sem distância”. Tanto que nós, alunos da UAB-UnB, estamos em vários pontos do país cursando uma Universidade Federal localizada à quilômetros de distância de nossas casas. Isso seria possível, sem a Internet?

Aliás, na Internet é possível não apenas disponibilizar cursos à distância, ela também apresenta-se como um manancial inesgotável de conteúdos; descontado o “lixo eletrônico” que abunda na rede, é uma fonte de pesquisas valiosíssima! Basta saber procurar: está tudo na WEB!

Sou uma entusiasta do EaD. Já há alguns anos venho acompanhando a discussão em torno de sua viabilidade e sua evolução. A primeira vez que me interessei em participar de um curso nessa modalidade foi quando o MIT (Massachussets Institute of Technology) abriu o conteúdo didático de seus cursos de graduação e pós-graduação ao público. Porém, não havia nenhum tipo de acompanhamento, não havia tutores ou qualquer tipo de mediação e o término do curso não implicava a concessão de um certificado, por isso, acabei ficando desestimulada. Conhecimento nunca é demais, porém, acho de vital importância o suporte e a mediação nessa modalidade.

Porém, todo esse potencial e as facilidades encontradas na EaD também têm o seu ônus e ele se apresenta de forma bem nítida, como temos observado nas postagens dos colegas do curso de Artes Visuais: a interação, o calor humano, se perdem, pois esse meio é impessoal. Ingressar na Universidade é uma experiência extremamente rica, vai muito além do óbvio, que é a aquisição de conhecimento, o grande barato é a vida acadêmica propriamente dita: as amizades que você faz, os professores que conhece, a interação em sala de aula, os debates, enfim, todo o relacionamento inter-pessoal envolvido no processo, e isso tudo, essa parte da vida acadêmica - tão rica e diferente de tudo o que experimentamos durante o ensino básico – se perde na impessoalidade e rapidez do mundo virtual.

Precisamos de tecnologia, sim, até porque, mesmo os apocalípticos têm de admitir que o processo é irreversível: nada será como antes na maneira de nos comunicarmos. Porém, teremos de encontrar maneiras de amenizar os efeitos colaterais da informatização: lutar contra o fenômeno do “encapsulamento”, ou seja, mesmo que, hoje em dia, seja possível viver dentro de casa e só interagir com o mundo exterior por meio de PCs, câmeras WEB e celulares, nunca poderemos abrir mão do contato físico com outros seres humanos, pois ele é essencial para a sobrevivência e perpetuação da nossa espécie. Isso é um fato, e tecnologia nenhuma, presente ou futura, será capaz de mudá-lo.

Bytes, bytes a todos! ôpa... quer dizer... bye, bye! ;-)

Nenhum comentário: