terça-feira, 1 de julho de 2008

Balanço geral: final de bimestre

Pois é, mais um bimestre que termina: outra etapa vencida nessa nossa longa caminhada rumo à Licenciatura em Artes Visuais!

Nesse bimestre cursamos as disciplinas Ateliê de Artes Visuais-1 (dedicado ao desenho), Tecnologias Contemporâneas na Escola-1 e História do Teatro-1. Minhas rápidas ponderações finais sobre estas disciplinas:

Ateliê (AAV1): foi uma grata surpresa, apresentou propostas interessantes, mesmo para aqueles que, como eu, não são especialmente talentosos para o desenho - para não dizer "aqueles que não desenham lhufas" (rs) - especialmente a partir da semana 5, quando passamos a utilizar o editor gráfico livre GIMP, sobre o qual já postei um artigo aqui. Os textos trabalhados também foram interessantes, alguns mais do que outros, mas, no geral, bons textos. Só lamentei o fato dessa disciplina ter sido ministrada integralmente online. Era de se esperar que houvesse pelo menos uma aula presencial semanal, mas não foi o que aconteceu. Uma pena, pois isso poderia ter enriquecido o nosso aprendizado e aproveitado melhor o espaço do pólo presencial, que é uma Universidade fantasma, um local muito bem estrtururado e completamente desperdiçado... mas, isso é assunto para um outro dia.

TCE1: foi também uma disciplina muito boa de se cursar, trouxe assuntos atuais à baila, incentivou algumas reflexões muito estimulantes, apesar de ter nos indicado, especialmente nas primeiras semanas, uma grande quantidade de textos longos, mas, na verdade, esse volume foi compensando pelo fato de cada unidade da disciplina ser composta por 2 semanas de trabalho, o que nos dava tempo suficiente para processar o conteúdo e dar conta das demandas das unidades.

Agora, HT1, sinceramente, ninguém mereceu! Simplesmente foi um martírio cursar essa disciplina, em todos os sentidos: o material indicado foi chatíssimo, basicamente composto por textos antigos, longuíssimos, de linguagem arcaica e rebuscada, difíceis de ler e que não prendiam absolutamente a atenção. A cada semana, uma avalanche de demandas era despejada sobre as nossas cabeças: fóruns com 3 ou 4 tópicos longuíssimos, elaboração de até 2 planos de aula por tarefa, leitura obrigatória de inúmeros textos teóricos e peças teatrais intermináveis, relatórios, fichamento, enfim: "you name it, they had it!". Resumindo: detestei! E me pergunto até agora como uma disciplina que no nosso Projeto Político Pedagógico aparece como "optativa", de repente se tornou obrigatória e o que é pior: a mais "cacete" do bimestre... vai saber!

Bom, mas se nem tudo são flores, algumas experiências do bimestre foram bem prazerosas. Como atividade final de TCE-1 tivemos de elaborar um site para divulgar os trabalhos que fizemos para o Ateliê de Artes Visuais: interferências em obras de grandes artistas clássicos, modernos e contemporâneos, com as ferramentas do editor GIMP.

O resultado, no meu caso, foi a criação da:

CiberNETica - Galeria de Arte Virtual



Esse site, como eu mencionei, é o resultado de um projeto proposto pela disciplina Tecnologias Contemporâneas na Escola-1, focado na importância da internet como veículo de comunicação, produção e divulgação de informação artística. Foi muito prazeroso fazê-lo e pretendo mantê-lo, inserindo outras informações e imagens de trabalhos que serão elaborados nos demais ateliês previsto para o curso de Artes Visuais.

Sem dúvida, a internet mudou a nossa relação com a comunicação, pois é um meio muito democrático. Com um site, você pode divulgar qualquer conteúdo e isso, é claro, funciona para o bem ou para o mal e, como tudo na vida, depende das intenções de quem se comunica e do que se está comunicando.

No caso das artes, as possibilidades são enormes: você pode publicar um livro sem precisar de um editor, um filme sem ter um canal de TV ou uma sala de exibição para para o veicular, uma música e até mesmo um CD inteiro sem precisar de uma gravadora ou de uma estação de rádio para tocar as suas músicas e, é claro, poderá expor um quadro ou qualquer tipo de trabalho de artes visuais sem precisar de uma galeria para abrigar as suas obras. Basta isso: elaborar um site, hospedá-lo gratuitamente e divulgá-lo, o que também pode ser feito sem qualquer custo.

E viva a liberdade de expressão!

Conto com a sua visita na CiberNETica e recomendo também a Fazendo Arte, galeria virtual da minha "patroa", a Nega, que, como eu, é aluna de Artes Visuais pela UnB. Casamento é isso aí, galera: na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na divulgação e no link! (rs)

Um abraço,


Suzy

quarta-feira, 18 de junho de 2008

"Quem não se comunica, se trumbica!!!"

(Famoso bordão de Abelardo Barbosa, o Chacrinha)

A importância da internet na divulgação de material artístico

Nessa unidade da disciplina Tecnologias Contemporâneas na Escola nós estamos refletindo sobre a importância de divulgar material artístico pela Internet. Sem dúvida, a internet mudou a maneira de nos comunicarmos, existe agora toda uma dinâmica que só é possível por causa desse veículo: democrático, cheio de possibilidades, altamente tecnológico e, ao mesmo tempo, muito simples.

Sim, pois hoje em dia, para se fazer um site não é necessário conhecer a linguagem HTML, não é preciso saber manipular imagens, enfim, há mecanismos que automatizaram todas as etapas da publicação de um site ou blog, editores de HTML cujas interfaces são facílimas de utilizar, editores gráficos descomplicados, hospedagem gratuita, meios de divulgação também gratuitos, conexão em banda larga, enfim, para estar na internet, basta querer... nem possuir o próprio PC é preciso, pois hoje existem inúmeras lanhouses, aonde é possível acessar a internet com tarifas bastante módicas e inclusive serviços gratuitos que oferecem essa conexão.

Quando eu tive meus primeiros contatos com a Internet, no início dos anos 90, a situação era bem outra. Só havia conexão discada, todo o material era escrito em inglês (tutoriais, software, etc.), felizmente eu sou fluente nesse idioma, porém, esse era um fator que limitava bastante o acesso de novos usuários no Brasil. Na época havia, em São Paulo, apenas um ou dois provedores de acesso, que nem sei se existem mais – o meu era BR Home Shopping. Meu primeiro site, hospedado no Geocities (que hoje pertence ao Yahoo), foi feito no Bloco de Notas do Windows, a duras penas, tag por tag. Para fazê-lo, tive de ler um livro de programação em linguagem HTML inteiro!

Porém, tudo isso é passado: hoje, com um punhado de cliques você sai com um site prontinho. Hoje, há uma infinidade de facilidades e o conteúdo aumentou e se diversificou. É bem verdade que toda essa democracia e facilidade em divulgar algo na rede funciona tanto para o bem quanto para o mal, depende das intenções de quem comunica e do que comunica. Mas, também não é exatamente assim aqui fora, no dito “mundo real”?

Com relação às artes, então, as possibilidades são enormes: você pode publicar um livro sem precisar de um editor, exibir um filme sem ter um canal de TV ou uma sala de exibição para o veicular, divulgar uma música e até mesmo um CD inteiro sem precisar de uma gravadora ou de uma estação de rádio para tocar essas músicas e, é claro, poderá expor um quadro ou qualquer tipo de trabalho de artes visuais sem precisar de uma galeria para abrigar as suas obras. Basta isso: elaborar um site, hospedá-lo gratuitamente e divulgá-lo, o que também pode ser feito sem qualquer custo, conforme mencionado anteriormente.

Assim, quando nos foi dada a tarefa de fazer uma inserção no blog acerca dos temas que estamos estudando nessa unidade eu fiquei bastante indecisa, pois há tanto o que se falar sobre a informação artística na rede. Mas, coincidentemente, no último sábado (14/06), assistindo ao Programa Altas Horas, me deparei com a banda Fresno. Trata-se de uma banda que tem feito enorme sucesso e que começou a sua carreira de forma independente, tendo como principal meio de divulgação a internet. Segundo a minha filha Vicky (14 anos), a Fresno já foi uma banda Emo [1], mas agora está mais para um estilo Pop Rock [2]. Deve ser isso mesmo, inclusive segundo informações que colhi no site oficial: (...) “Nessa highway, o prêmio de banda revelação na MTV, em 2007, as 30 mil cópias vendidas de maneira independente – de seus três primeiros álbuns – e os mais de 20 estados percorridos pelo Brasil cristalizaram a tendência da banda para ser um fenômeno da atual geração. Dos milhões de downloads via internet desde 2003, o grupo conduzido pela voz de Lucas Silveira entendeu a responsabilidade que cabia a ele: era necessário sair de vez do saco hardcore melódico (chamado por alguns de emo) que foi colocado quando estourou em 2006, com o álbum Ciano”. (...)

Bem, devo admitir que o repertório da Fresno não é o meu estilo musical, afinal, nem poderia, pois tenho 43 anos de idade e toda essa coisa Emo, Indie [3], etc., é para uma faixa etária bem diferente da minha, ou seja, mais indicado para a minha filha adolescente mesmo (rs), porém, me chamou a atenção o fato de a banda ter utilizado a rede como o principal canal para a divulgação de seu trabalho e hoje é um tremendo sucesso.


Não obstante estar ou não de acordo com o meu gosto musical, acho importante valorizar o trabalho dessa moçada que batalhou da maneira que estava ao seu alcance para divulgar o seu trabalho artpistico: panfletando em porta de colégio, divulgando na internet, gravando o primeiro CD no quarto de um dos integrantes, enfim, batalhando, mesmo. Outro aspecto que eu achei muito interessante foi o fato de, no Altas Horas, eles terem tocado uma música popularíssima, dos sertanejos Chitãozinho e Xororó, que ficou bem interessante, numa releitura pop rock – achei surpreendente uma banda de meninos tocarem mpusica sertaneja com tanto despreendimento. Outra coisa que me surpreendeu foi a revelção do baterista que disse que um dos seus maiores sonhos é tocar com o Fábio Jr. Quem diria! É isso aí, na arte tudo pode acontecer, iclusive esses diálogos inusitados entre linguagens de artistas jovens e maduros, estilos competamente diferentes, mas que dão um samba bem legal quando são misturados!

Para finalizar, vamos falar um pouco mais sobre a história da banda Fresno, que alcançou notoriedade sem nenhum apoio das mídias tradicionais:

Histórico da banda:


“Amigos de colégio, Lucas (guitarra e vocal), Gustavo (guitarra), Pedro (bateria) e Leandro (vocal) tiveram a idéia de montar uma banda em novembro de 1999, quando estavam no fim do segundo ano do ensino médio. Após uma reunião do grêmio estudantil do qual os quatro faziam parte, decidiram que a proposta inicial que seria fazer versões punk de canções consagradas, apenas por diversão. Em 4 de dezembro de 1999, aconteceu na casa do Pedro o primeiro ensaio, e essa é tida como a data oficial da formação da banda. (...) A esta altura eles se chamavam Democratas, e começavam a surgir suas primeiras composições próprias, influenciadas principalmente pelo hardcore californiano. Essas canções se espalharam pela Internet em versões acústicas e logo começaram a chamar atenção. (...) Em 2003, a banda voltou para o estúdio e gravou o álbum independente Quarto dos Livros (...) O reconhecimento desse álbum no meio independente levou a banda a fazer turnês por diversos estados brasileiros, sem nenhum tipo de apoio da mídia tradicional. (...)Para o álbum Redenção a Fresno abraçou o pop, deixando um pouco de lado o hardcore”.

Formação atual:

Lucas "Paraíba" Silveira - vocal e guitarra
Gustavo "Vavo" Mantovani - guitarra
Rodrigo Esteban "Tavares" - baixo e backing vocal
Robrigo Ruschell "Bell" - baterista

Discografia:



O Acaso do Erro (2001) (demo)
Quarto dos Livros (Sweet Salt) - 2003
O Rio, A Cidade, A Árvore (RCT) - 2004
Ciano (Terapia Records) - 2006
MTV Ao Vivo 5 Bandas de Rock - 2007 (ao vivo)
Redenção (Universal) - 2008

Fontes de pesquisa:

Site oficial da banda Fresno

Wikipédia

Notas:

[1] Emo: (abreviação do inglês emotional) é um gênero de música derivado do Hardcore. O termo foi originalmente dado às bandas do cenário punk de Washington, DC que compunham num lirismo mais emotivo que o habitual. No Brasil, o gênero se estabeleceu sob forte influência norte-americana em meados de 2003, na cidade de São Paulo, espalhando-se para outras capitais do Sul e do Sudeste, e influenciou também uma moda de adolescentes caracterizada não somente pela música, mas também pelo comportamento geralmente emotivo e tolerante, e também pelo visual, que consiste em geral em trajes pretos,Trajes Listrados, Mad Rats, Cabelos Coloridos e franjas caídas sobre os olhos. (fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Emo)

[2] Pop Rock: O Pop rock é uma variação do estilo musical conhecido como rock, num estilo popular, com atitudes mais calmas, próximo ao estilo comum de música pop.
fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Pop_rock)

[3] Indie Rock: (ou rock independente em inglês) é um estilo musical que caracteriza bandas que não são lançadas por grandes gravadoras, porém o grande sucesso de algum desses grupos os lançaram diretamente para gravadoras de grande porte, embora o som na maioria dos casos, não perca a identidade, fazendo com que tais bandas, mesmo com o sucesso de público e grande repercussão na mídia, sejam consideradas bandas alternativas. (fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Indie_rock)

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Surfando na onda do software livre

A disciplina Tecnologias Contemporâneas na Escola-1 fez um tremendo gol quando, na Unidade III, incluiu o software gráfico livre GIMP entre os downloads necessários para uma das tarefas propostas.

Eu não conhecia esse software e, devo admitir, fiquei muito impressionada com ele: tem uma interface amigável, vários recursos e é infinitamente mais fácil de manipular do que o Photoshop, por exemplo. Aliás, esse último sempre me frustrou, pois nunca consegui fazer absolutamente nada nele e no GIMP, ao contrário, com algumas providenciais vídeo-aulas para iniciantes, pude fazer diversos trabalhos até bem interessantes, pelo menos para uma novata como eu.

Esse começo de namoro simplesmente não tem preço para uma estudante de Artes Visuais, como eu, que não tem o menor talento para desenhar utilizando os métodos tradicionais e, principalmente, os suportes tradicionais (tela, papel, etc.). Pois então, que seja muito bem-vindo o GIMP na minha vida! :D

Como gostei da brincadeira, tenho pesquisado bastante e tenho algumas dicas para dar para quem quiser surfar na onda livre do GIMP. Sim, digo isso porque, além de tudo, trata-se de um software livre. Para quem não sabe muito bem que “trem” é esse, vamos dar aqui uma rápida pincelada sobre o assunto...

O que é software livre?

Um software livre é qualquer programa de computador que pode ser usado, copiado, estudado, modificado e redistribuído sem nenhuma restrição e cujo código fonte está disponível para que qualquer usuário com conhecimentos de programação possa intervir no programa, desde que, ao aprimorá-lo, o programador mantenha o programa disponível a todos, com as mesmas liberdades de uso e manipulação garantidas.

Esse conceito foi criado em 1983, quando Richard Stallman iniciou o projeto GNU e, posteriormente fundou a FSF - Free Software Foundation (Fundação do Programa Computacional Livre – tradução minha), em outubro de 1985.

Existem dois movimentos, ou vertentes, que defendem o software livre, porém, com intenções bastante distintas: o Movimento do Software Livre, é um movimento social, defende que o aprisionamento do conhecimento científico não é ético, pois este deve estar sempre disponível, permitindo, dessa maneira, a evolução da humanidade. Já o Movimento pelo Código Aberto, é mais voltado ao mercado e prega que o software livre traz diversas vantagens técnicas e econômicas, este movimento surgiu para levar as empresas a adotarem o modelo de desenvolvimento de software livre.

Aqui vão alguns links para sites que discutem vários aspectos sobre esse tema:

Portal Software Livre: http://pt.wikipedia.org/wiki/Portal:Software_Livre

Associação SoftwareLivre.org: http://associacao.softwarelivre.org/

SW Livre, vantagens e desvantagens (artigo especial da revista Info, com diversas informações): http://www.abril.com.br/software_livre/


O editor de imagens GIMP


O GIMP é um software livre, um editor de imagens bitmap (programa para criação e edição de imagens de bitmap) que também suporta formatos de imagem vetorial. Este foi provavelmente o primeiro grande projeto de código aberto para usuários finais, pois, antes dele, outros projetos como o GCC (conjunto de compiladores de linguagem de programação), o Kernel Linux (sistema operacional), entre outros, eram majoritariamente ferramentas desenvolvidas de programadores para programadores.

O desenvolvimento do GIMP provou que projetos livres e de código aberto poderiam criar programas para serem usados por leigos, abrindo as portas para o desenvolvimento de outros projetos importantes, como o Mozilla (suite de aplicativos para a internet) e o OpenOffice (suite de aplicativos para escritório), além de vários outros que se seguiram a estes.

Outra facilidade é que, além de podermos baixar esse excelente programa gráfico – o GIMP - gratuitamente, com pouquíssimo esforço ainda temos acesso a toda uma rede de suporte se coloca disponível na internet aos usuários de qualquer nível: iniciante, intermediário ou avançado. São tutoriais, cursos em vídeo, fóruns para a discussão do programa, bem como para tirar dúvidas, enfim, informação online é o que não falta!

Eu, particularmente, filiei-me aos sites http://www.gimp.com.br/ e http://www.ogimp.com.br/ , fiz algumas perguntas e fui imediatamente atendida, sanando as dúvidas que coloquei nos fóruns sem qualquer dificuldade ou gasto!

Assim, para quem, como eu, está gostando da experiência de utilização do GIMP ou se interessou e resolveu baixar o programa, recomendo a filiação nesses fóruns, pois eles trazem informações muito úteis, além de serem mais pontos de encontro para travar novos conhecimentos no ciberespaço.

Vai aqui uma lista de downloads espertos de ótimos programas computacionais livres e gratuitos, para baixá-los é só seguir os links abaixo:

GIMP – versão do software com interface em português

MOZILLA/FIREFOX - versão da suíte com interface em português

OPEN OFFICE - versão da suíte com interface em português

KURUMIN LINUX – versão do sistema operacional com interface em português


Um abraço,
Suzy







sábado, 24 de maio de 2008

E por falar em tecnologia....

Na minha busca por imagens ligadas à tecnologia, encontrei no Clube da Mafalda esses quadrinhos bacanérrimos. Tecnologia? Falou e disse!


Vale a pena uma visita ao blog em homenagem à Mafalda, as tirinhas são muito legais...








Educador Multitarefa - versão 2.10




A umas das propostas para a elaboração da Tarefa 5 (Unidade II) é a postagem e análise de uma imagem produzida por um artista que reflita imageticamente os assuntos da unidade. Pois bem, eu escolhi a ilustração acima.

Essa imagem traduz, para mim, a multiplicidade não só de tarefas a serem desenvolvidas simultaneamente no mundo moderno, mas, também, a multiplicidade de assuntos com os quais precisamos lidar hoje em dia.

Especialmente quando reflito sobre o educador: sob o meu ponto de vista, um Educador completo não pode ser um especialista ou, pelo menos, não apenas um especialista, um profissional que restrinja seus conhecimentos a uma única disciplina, aquela que leciona. Sim, porque ser um educador é apoiar a formação dos alunos em vários aspectos, pois a escola não tem apenas a função de atuar na formação intelectual do indivíduo, sua atuação também deve contemplar a sua formação sócio-cultural e profissional.

Visto sob esse ângulo, o educador tem, portanto, uma enorme responsabilidade e deve estar preparado para tanto. Porém, esse preparo requer uma multiplicidade de saberes, uma incessante reciclagem profissional, um comprometimento muito grande com o ofício de ensinar. O educador tem de estudar sempre, tem de não apenas contemplar a questão da interdisciplinaridade, mas inseri-la na sua prática, no seu cotidiano docente. E, para que saiba como fazê-lo, precisa ser um generalista, um profissional bem informado, como dizem os alunos: “um cara antenado”.

Essa unidade da disciplina nos convida a debater assuntos tais como: “A Escola do Futuro”, “Novas Tecnologias na Escola”, “Transformação Social”, todos os tópicos trazendo à baila a questão da tecnologia a serviço da educação (ou a possibilidade de). Está claro que, com o advento da internet e das TIC (tecnologias da informação e comunicação) houve uma mudança profunda e irreversível na relação do mundo com a informação e isso, é claro, é de um valor inestimável ao processo educacional, que, afinal, é baseado na informação.

Porém, para que o educador possa se utilizar das benesses das novas tecnologias na sua prática docente é necessário que: tenha domínio (ou, pelo menos, um bom conhecimento operacional) das ferramentas para que saiba onde e como acessar as informações que irá disseminar entre seus alunos; que tais ferramentas estejam acessíveis, não apenas ao educador, mas, principalmente, aos alunos, para que estes também possam fazer uso desses mesmos recursos de forma independente, para que tenham autonomia e não se restrinjam a fazer uso deles apenas sob a tutela do educador; que o educador saiba como identificar e entrelaçar as várias abordagens de um mesmo assunto a fim de mostrar ao aluno, na prática, a questão da interdisciplinaridade e de como o aprofundamento dessas variantes pode ser enriquecedor para o seu processo de aprendizagem.

Enfim, é muito interessante imaginarmos o quanto a tecnologia pode beneficiar o processo de ensino-aprendizagem, devido ao seu alcance e às inúmeras possibilidades que ela oferece, porém, é preciso também que se olhe para a formação do educador e para a infra-estrutura de que ele dispõe, ou seja, das suas condições de trabalho, para que esse exercício de imaginação possa traduzir-se em realidade na educação brasileira.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Como diriam os Mamonas: music is very beautiful...



Bom, pessoal, devo admitir que minha criatividade não se estende exatamente até a composição de músicas, mas, como foi uma atividade solicitada pela disciplina "Tecnologias Contemporâneas na Escola - 1", compus uma letra de música, que reproduzo a seguir.

O contexto dessa atividade era o seguinte:

Ouça as músicas indicadas nesta unidade (Chico Science & Nação Zumbi, Gilberto Gil, Kraftwerk e Daft Punk). De acordo com o que você vem estudando e baseando-se também em suas experiências de vida, qual sua opinião sobre o que elas discutem e sobre o como o fazem, ou seja, sobre seu conteúdo e forma: letra e estética. Que tal exercitar seu potencial criativo musical?

Vamos experimentar escrever uma letra de música que aborde a questão da tecnologia e a sociedade? Escolha um tema. Defina algumas palavras-chave. Componha algumas frases, junte-as e crie uma letra.

E o resultado, no meu caso, foi este abaixo e que me perdoem os verdadeiros letristas, mas, fazer o que, né? Foi o melhor que eu pude produzir (rs):

Ciborgue

O fogo e a internet
O homem criou
Mudou, reinventou
A cibercultura, cultura eletrônica
O software, o hardware
E a prótese biônica
No ciberespaço me entrego e carrego
Páginas, portais e mensagens virtuais
Vivo na era da robótica, da semiótica
Hipermídia, imensidão virtual
Canal sem fronteiras
Notícias em tempo real
E já dizia o estudioso
Com suas certezas incertas
Se, para mim, o mais vantajoso
É o jogo de mouses e setas
Já sou ciborgue, o homem-híbrido
E no lugar de um coração
Bate em meu peito um disco rígido!

Abraços cibernéticos,

Suzy

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Tech Salad: integrados, apocalípticos, globalização, EaD... e por aí vai!

É inegável que o advento da internet mudou a maneira de nos comunicarmos. Hoje, as informações chegam instantaneamente a todos os cantos do mundo. Além da comunicação, também se observa uma massificação de usos e costumes, que não se restringem mais aos países ou regiões de origem: a música que a adolescente brasileira ouve, também está tocando na Austrália, por exemplo.

Mas, até que ponto essa massificação é benéfica? Vejamos o caso do Brasil, por exemplo, que é um país que apresenta profundos contrastes sociais: em muitos lugares deste país crianças e adolescentes mal têm acesso à alfabetização. Estudam es escolas de taipa, feitas de lata ou com paredes de isopor, ou mesmo sem paredes, sob uma árvore ou dentro de uma choupana. Onde é que entra a globalização, nessa realidade? Assim, depreendo que, na verdade, o mundo não está globalizado de forma democrática: apenas uma pequena parcela da população tem acesso às inúmeras possibilidades de uma comunicação rápida e sem fronteiras geográficas.

No caso da educação, é indiscutível que as novas tecnologias deram novo impulso à sua dinâmica e metodologias pedagógicas. Como a frase que está na capa do nosso PPP (Projeto Político Pedagógico), essa plataforma (WEB) tornou possível uma “educação sem distância”. Tanto que nós, alunos da UAB-UnB, estamos em vários pontos do país cursando uma Universidade Federal localizada à quilômetros de distância de nossas casas. Isso seria possível, sem a Internet?

Aliás, na Internet é possível não apenas disponibilizar cursos à distância, ela também apresenta-se como um manancial inesgotável de conteúdos; descontado o “lixo eletrônico” que abunda na rede, é uma fonte de pesquisas valiosíssima! Basta saber procurar: está tudo na WEB!

Sou uma entusiasta do EaD. Já há alguns anos venho acompanhando a discussão em torno de sua viabilidade e sua evolução. A primeira vez que me interessei em participar de um curso nessa modalidade foi quando o MIT (Massachussets Institute of Technology) abriu o conteúdo didático de seus cursos de graduação e pós-graduação ao público. Porém, não havia nenhum tipo de acompanhamento, não havia tutores ou qualquer tipo de mediação e o término do curso não implicava a concessão de um certificado, por isso, acabei ficando desestimulada. Conhecimento nunca é demais, porém, acho de vital importância o suporte e a mediação nessa modalidade.

Porém, todo esse potencial e as facilidades encontradas na EaD também têm o seu ônus e ele se apresenta de forma bem nítida, como temos observado nas postagens dos colegas do curso de Artes Visuais: a interação, o calor humano, se perdem, pois esse meio é impessoal. Ingressar na Universidade é uma experiência extremamente rica, vai muito além do óbvio, que é a aquisição de conhecimento, o grande barato é a vida acadêmica propriamente dita: as amizades que você faz, os professores que conhece, a interação em sala de aula, os debates, enfim, todo o relacionamento inter-pessoal envolvido no processo, e isso tudo, essa parte da vida acadêmica - tão rica e diferente de tudo o que experimentamos durante o ensino básico – se perde na impessoalidade e rapidez do mundo virtual.

Precisamos de tecnologia, sim, até porque, mesmo os apocalípticos têm de admitir que o processo é irreversível: nada será como antes na maneira de nos comunicarmos. Porém, teremos de encontrar maneiras de amenizar os efeitos colaterais da informatização: lutar contra o fenômeno do “encapsulamento”, ou seja, mesmo que, hoje em dia, seja possível viver dentro de casa e só interagir com o mundo exterior por meio de PCs, câmeras WEB e celulares, nunca poderemos abrir mão do contato físico com outros seres humanos, pois ele é essencial para a sobrevivência e perpetuação da nossa espécie. Isso é um fato, e tecnologia nenhuma, presente ou futura, será capaz de mudá-lo.

Bytes, bytes a todos! ôpa... quer dizer... bye, bye! ;-)

quinta-feira, 8 de maio de 2008

O Ciberespaço e a Cibercultura - novas formas de sociabilização no mundo moderno



A seguir eu reproduzo o meu trabalho final apresentado no bimestre pássado à disciplina Antropologia Cultural do curso de Licenciatura em Artes Visuais da Universidade Aberta do Brasil – Universidade de Brasília.

1. INTRODUÇÃO

A Internet e outras tecnologias de comunicação vêm sendo cada vez mais utilizadas como elementos facilitadores da transmissão de informações, armazenamento de dados em diversas linguagens (sons, imagens, vídeos, etc.), troca de experiências e conhecimentos entre pessoas do mundo todo, manifestações artísticas, educação à distância, compras, transações financeiras, enfim, um grande número de atividades.

A procura pelos cursos à distância, tanto acadêmicos quanto profissionalizantes (livres), por exemplo - especialmente aqueles ministrados por meio da Internet - tem crescido exponencialmente nos últimos anos. As razões para a crescente adesão a esta forma alternativa de ensino são variadas: a distância que separa o aluno das instituições acadêmicas ou de formação técnica profissionalizante, a falta de tempo do potencial aluno devido ao acúmulo de compromissos assumidos, a oportunidade de fazer cursos com dinâmicas mais flexíveis e mais adequadas à disponibilidade individual dos interessados, etc.

A internet propiciou o surgimento de uma nova maneira das pessoas se comunicarem e interagirem, de forma síncrona ou assíncrona, por meio de diversos canais, bem como disponibilizou locais para o armazenamento de dados que possibilitam a disseminação e a elaboração coletiva de conhecimentos. As ferramentas mais utilizadas na internet são: correio eletrônico, fóruns, salas de bate-papo (chat), áudio e vídeo conferências, bancos de recursos (para armazenagem de arquivos de imagem, vídeo, som, textos, hipertextos), bancos interligados com conexões constituídas de links internos ou externos.

As pessoas que, por interesse mútuo, se agrupam em torno de determinados assuntos e interagem entre si utilizando as diversas ferramentas das TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação) disponíveis na WWW (World Wide Web), formam comunidades virtuais que povoam o ciberespaço e que deram origem ao que chamamos de cibercultura, conceitos que serão melhor explorados a seguir.


2. CONCEITOS

2.1. World Wide Web

A World Wide Web - expressão na língua inglesa cuja versão significa: "rede de alcance mundial" - é também conhecida como Web ou simplesmente WWW. Trata-se de um sistema de documentos em hipermídia [1] que estão interligados e são executados na Internet. Esses documentos ou arquivos podem ser vídeos, sons, hipertextos [2] e figuras.

Para visualizar as informações na WWW, deve-se usar um programa de computador chamado navegador ou paginador Web – como os conhecidos Internet Explorer e o Netscape - para descarregar informações (ou downloads), que são chamadas de documentos ou páginas, armazenadas em servidores Web (ou sites) e mostrá-los na tela do usuário. Considera-se que a grande virada da WWW começou com a introdução do Mosaic em 1993, o primeiro navegador gráfico, que foi desenvolvido por Marc Andreesen e um time de desenvolvedores universitários. Antes de seu lançamento, os gráficos não eram freqüentemente misturados com texto em páginas web. Aliás, sua introdução tornou a interface da web mais amigável, democratizando o seu acesso e fazendo crescer exponencialmente o número de novos usuários.

Por meio desses navegadores o usuário pode visualizar o conteúdo do site, seguir as hiperligações nas páginas (os links) para outros documentos ou mesmo enviar informações de volta para o servidor, interagindo com ele (fazer uploads). O ato de seguir hiperligações é comumente chamado de "navegar" ou "surfar" na Web. Outras webs existem em redes privadas (restritas) que podem ou não fazer parte da Internet: são as chamadas intranets.

2.2. Ciberespaço

Vários teóricos já deram seus conceitos para o ciberespaço. Para Lévy, é um “espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores”. (1999: 92). Para Lemos, há duas formas de se entender o que é o ciberespaço: “o lugar onde estamos quando entramos em um ambiente virtual” (uma sala de bate-papo ou o ambiente de um fórum, por exemplo) ou como um “conjunto de redes de computadores, interligados ou não, em todo o planeta” (1998: online).

Nas mídias convencionais – rádio, televisão, jormais e revistas - o sistema hierárquico de produção e distribuição da informação segue um modelo pouco flexível baseado na dinâmica “de-um-para-todos”, na qual apenas um ou poucos indivíduos são os responsáveis por mandar informações para uma quantidade maior de pessoas.

Já no ciberespaço, a relação com o outro se desdobra no contexto do “de-todos-para-todos”, onde, basicamente, qaulquer pessoa pode emitir e receber informações de qualquer lugar para qualquer lugar do planeta, seja essa informação escrita, imagética ou sonora.

2.3. Cibercultura

O termo cibercultura tem vários sentidos, mas pode ser entendido pela forma sócio-cultural que é fruto de uma relação de trocas entre a sociedade, a cultura e as novas tecnologias de base micro-eletrônicas surgidas na década de 70, graças à convergência das telecomunicações com a informática, as TIC (Tecnologias da Informação e Comunicação).

As TIC têm facilitado de forma incontestável a interação online e isso vem reconfigurando os espaços de socialização tradicionais, alterando, também, a própria estrutura da sociedade: essa nova forma de comunicação, na qual o computador é o mediador, causou as mais variadas modificações para o meio. Com isso, alguns conceitos como os de comunidade e cultura, foram alterados.

2.4. Comunidades Virtuais

Ainda que não estejam fisicamente próximos, os integrantes dos grupos que interagem no ciberespaço em torno de interesses comuns formam verdadeiras comunidades, afinal, uma comunidade tanto pode ser formada a partir de relações estabelecidas por pessoas que vivem próximas umas das outras, geralmente sob convenções comuns (nos bairros de uma cidade, por exemplo) como por outras que formam grupos sociais que dividem interesses comuns (religiosos, profissionais, sociais, etc.), independente de sua localização física, como o local onde residem os membros. Dessa forma, a não ser pelos meios de comunicação por meio dos quais a interação do grupo se dá, nada difere as comunidades virtuais das comunidades tradicionais. Essas comunidades virtuais formam a cibercultura, termo utilizado na definição dos agenciamentos sociais das comunidades no espaço eletrônico virtual, o ciberespaço.

Pierre Lévy nos fala sobre a gênese da cibercultura e de como as comunidades virtuais que participam dela estabeleceram outras mudanças na sociedade, especialmente no mercado tecno-econômico, dotando o ciberespaço de novas tecnologias, transformando-o em um novo mercado para a informação e o conhecimento:

No final dos anos 80 e início dos anos 90, um novo movimento sócio-cultural originado pelos jovens profissionais das grandes metrópoles e dos campus americanos tomou rapidamente uma dimensão mundial. Sem que nenhuma instância dirigisse esse processo, as diferentes redes de computadores que se formaram desde o final dos anos 70 se juntaram umas às outras enquanto o número de pessoas e de computadores conectados à inter-rede começou a crescer de forma exponencial. Como no caso da invenção do computador pessoal, uma corrente cultural espontânea e imprevisível impôs um novo curso ao desenvolvimento tecno-econômico. As tecnologias digitais surgiram, então, como a infra-estrutura do ciberespaço, novo espaço de comunicação, de sociabilidade, de organização e transação, mas também novo mercado da informação e do conhecimento. (LÉVY, 1999: 32).

3. CONCLUSÃO

É inegável que o advento da internet mudou a maneira de nos comunicarmos. Hoje, as informações chegam instantaneamente a todos os cantos do mundo. Essa possibilidade que as novas TIC nos proporcionam, a de interação de forma inédita, é instigante e tem um potencial praticamente infinito.

Existem comunidades na Internet dedicadas aos mais variados propósitos, interessadas em temas os mais diversos: dos científicos aos mais banais. A interação online pode ter vários propósitos: compras, transações bancárias, pesquisas, sexo virtual, enfim, praticamente não há limites para o que as pessoas procuram – e encontram – na internet. Os mecanismos de busca, tais como o Google, tornaram ainda mais fácil a localização de tudo o que está disponível na Web para qualquer usuário, seja ele novato ou já experimentado no ambiente virtual.

Porém, além do aspecto da comunicação, também se observa uma massificação de usos e costumes, que não se restringem mais aos países ou regiões de origem: a música que a adolescente brasileira ouve, também está tocando na Austrália, por exemplo.

Mas, até que ponto essa massificação é benéfica? Vejamos o caso do Brasil, por exemplo, que é um país que apresenta profundos contrastes sociais: em muitos lugares deste país crianças e adolescentes mal têm acesso à alfabetização, muito menos aos computadores e, por conseguinte, às tecnologias modernas. Essa parcela da população é pobre, estuda em escolas de taipa, feitas de lata ou com paredes de isopor, ou mesmo sem paredes, sob uma árvore ou dentro de uma choupana. Moram em lugarejos que muitas vezes nem dispõem de telefone, quem dirá de laboratórios de informática públicos ou lan-houses (lojas onde se disponibilizam computadores com acesso à Internet e se cobra uma taxa por tempo de utilização). Onde é que entra a globalização, nessa realidade? Qual as vantagens proporcionadas pelas TIC para essas crianças e jovens? É fácil observar que existe uma marginalização de boa parcela da população: a chamada exclusão digital.

Tais condições não se restringem ao Brasil: encontram-se em muitos países, os chamados “países em desenvolvimento”. Assim, depreende-se que, na verdade, o mundo não está globalizado de forma democrática: apenas uma pequena parcela da população mundial tem acesso às inúmeras possibilidades de uma comunicação rápida e sem fronteiras geográficas.

Existem inúmeros pontos positivos na informatização dos meios de comunicação, porém, não se podem descartar os pontos negativos dessa nova forma de sociabilização mediada pela Internet. Descrever todos os prós e contras desse movimento seria impossível neste trabalho, pois é um assunto vasto e complexo. Mas, apenas para citar um dos contras, além da já citada exclusão digital a que está exposta uma grande parcela da população, podemos ressaltar a questão da virtualização da vida. Existem pessoas que vivem de tal forma dependentes de computadores e de relacionamentos virtuais que não conseguem mais interagir presencialmente com outras pessoas, ou ter atividades tão rotineiras quanto ir a um supermercado ou visitar um amigo em sua casa.

Ou seja, todo o potencial e as facilidades encontradas e produzidas pela cibercultura também têm o seu ônus e ele se apresenta de forma bem nítida: a interação pessoal, o calor humano, por exemplo, se perdem, pois esse meio é impessoal. Além disso, o ciberespaço propicia a determinados indivíduos uma verdadeira rota de fuga de si mesmos, já que o usuário da Internet pode se manter indefinidamente em anonimato, ou se apresentar como alguém absolutamente diverso de quem realmente é, enfim, não há regras de conduta pré-estabelecidas.

Precisamos de tecnologia, sim, até porque, mesmo aqueles que têm aversão a ela e são detratores ferrenhos da Internet têm de admitir que o processo é irreversível: nada será como antes na maneira de nos comunicarmos ou de interagirmos. Porém, a sociedade terá de encontrar maneiras de amenizar os efeitos colaterais da informatização como, por exemplo, lutar contra o fenômeno do “encapsulamento”, ou seja, mesmo que, hoje em dia, seja possível viver dentro de casa e só interagir com o mundo exterior por meio de PCs, câmeras WEB e celulares, nunca se deveria abrir mão do contato físico com outros seres humanos, pois ele é essencial para a sobrevivência e perpetuação da nossa espécie. Isso é um fato e tecnologia nenhuma, presente ou futura, será capaz de mudá-lo.


BIBLIOGRAFIA


BOENTE, A. Metodologia Científica Contemporânea para Universitários e Pesquisadores. – 1ª Ed. – Rio de Janeiro: Brasport, 2004.

LEMOS, A. L. M. As Estruturas Antropológicas do Cyberespaço. Disponível em: <http://www.facom.ufba.br/pesq/cyber/lemos/estrcy1.html>. Acesso em 08 de abril de 2008.

LÉVY, P. Cibercultura. – 1ª. Ed. – São Paulo: 34 Ed., 1999.

RECUERO, R. C. Comunidades Virtuais – Uma Abordagem Teórica. Disponível em: <http://www.bocc.ubi.pt/_esp/autor.php?codautor=750>. Acesso em 08 de abril de 2008.

-----------------------------------------------------------------------------------------------

Notas:

[1] Hipermídia: reunião de várias mídias num suporte computacional, suportado por sistemas eletrônicos de comunicação. (online em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipermídia). Acesso em: 08/04/2008.

[2] Hipertexto: texto suporte que acopla outros textos em sua superfície, cujo acesso se dá através dos links que têm a função de conectar a construção de sentido, estendendo ou complementando o texto principal. Tanto o termo hipertexto quanto hipermídia foram criados pelo filósofo e sociólogo norte-americano Ted Nelson
(online em:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipermídia). Acesso em: 08/04/2008

terça-feira, 15 de abril de 2008

Não foi isso o que combinamos!!!


Sabe uma coisa que me deixa muito puta da vida? É quando se mudam as regras do jogo no meio do jogo!!! Foi o que aconteceu no curso que estou fazendo na UAB-UnB com relação ao Diário de Bordo.

No bimestre passado, a proposta era de que teríamos que fazer uma espécie de diário mesmo, onde manteríamos registros sobre o nosso percurso durante os 4 anos da Licenciatura em Artes Visuais. Esse espaço poderia estar em qualquer canto: num caderno, num blog, no ambiente de aprendizagem (Moodle), numa homepage, num papel de embrulhar pão, enfim, ao gosto do freguês. Tipo: "Oh, senhora liberdade, abra as asas sobre nós!".

Eu, que odiei o editor para o Diário de Bordo no ambiente de aprendizagem, criei rapidinho este blog para hospedar o meu DB. Enviei o link para os tutores (e, por sugestão deles, também para os colegas de turma) e passei a construí-lo, com a minha cara: os assuntos que me interessam, aqueles que acho pertinentes ao curso, alguns dos meus trabalhos acadêmicos, desabafos, opiniões pessoais, enfim, de tudo um pouco.

Qual não foi a minha surpresa - e profunda decepção - quando, neste 2º bimestre, os tutores nos dizem que os Diários de Bordo só serão avaliados se estiverem hospedados dentro do Moodle! E mais: os assuntos tem de estar relacionados com os temas e tarefas da semana. Uma coisinha assim, bem relógio de ponto, saca? vejamos, o que fiz hoje: "Querido diário, hoje eu tive de ler um texto cacete, rebuscado e cheio de trechos redundantes e fazer um resumo, depois vou colocar a minha opinião no fórum, tra-la-lá..." Cara, o que é isso? Não era absolutamente essa a proposta original, isso é ridículo, não vou ficar descrevendo as tarefas mecanicamente! Por isso, eu resolvi protestar! Péra lá.....

Para o bonde que eu quero descer!

Acho uma tremenda sacanagem, sabia? Além de ser um retrocesso... E, afinal, o que é que está pegando? Por acaso essas coisas não foram pensadas e debatidas antes de darem início ao curso? A galera agora está com preguiçinha de acessar os DBs fora do Moodle? Ah, mas que peninha! :-(

Bom, só para contrariar, além de meter a boca eu reproduzi no Ambiente de Aprendizagem o texto que no 1º bimestre foi veiculado pelos professores com as instruções para elaboração do Diário de Bordo. Afinal de contas, eu não tô louca, né? Se fiz o meu DB em forma de blog é porque eu tinha essa opção, ora bolas! :P

Acham que não? Acham que eu tô colocando chifre na cabeça de cavalo, e sendo muito mázinha com meus tutores? Ãhan... Então, leiam o texto abaixo - incia com o meu protesto - e digam se eu tenho razão, ou não, de estar puta da vida, uai! ;-)

NÃO FOI ASSIM QUE COMBINAMOS!

Bem, no início do 1º bimestre, fomos incentivados à construir um Diário de Bordo, que deveria nos acompanhar durante todo o curso de Licenciatura. A proposta, dividida em etapas, era, resumidamente, a seguinte: manter os nossos registros utilizando várias linguagens (sons, imagens, filems, etc.), na plataforma que escolhêssemos (Moodle, blogger, papel, documento Word, etc.). Inclusive, faço questão de reproduzir na íntegra essa atividade (abaixo), pois ela deixa bem claro a dinâmica do Diário de Bordo e que isso valeria para o curso inteiro.

Escolhi fazer um blog, que está hospedado em http://www.suzynobre.blogspot.com/
porque não gosto da ferramente disponível no Moodle, e agora recebo a informação dos tutores que, caso não coloque aqui as minhas inserções elas não valerão! Ora, tem alguma coisa errada nisso, certo? Mudaram as regras durante o jogo e, normalmente, isso não vale!

Fiquei muito chateada, pois gosto muito do meu blog, é uma plataforma flexível onde posso inserir várias mídias, tem uma estética legal para as postagens, dá para incluir outras informações que acho interessantes, e este espaço no Moodle não oferece essas funcionalidades.
Então, aqui fica o meu protesto contra a mudança da dinâmica do DB e uma certeza: valendo ou não, continuarei a manter meu blog, porque ele é muito mais prazeroso de se fazer.

Reprodução do texto retirado do Ambiente de Aprendizagem UAB-UnB no 1º bimestre

Atividade 1 - Construa o seu Diário de Bordo

Essa é a nossa proposta para você iniciar o seu diário de bordo!

Passo 1 - Você pode e deve construir o seu Diário de Bordo em diferentes linguagens: escrita, desenho, musical, poética, pintura, colagem, quadrinhos, dança e movimento, jogos, filmagem. Você pode utilizar diferentes suportes para desenvolver os seus registros porque o Diário de Bordo é uma experiência e não um lugar. Ele é uma experiência de auto-reflexão sobre a sua trajetória a partir de agora, e sobre as relações que você constrói com o seu curso, com a sua aprendizagem, com a sua vida.

Para começar a organizar essa proposta de uma forma mais concreta, sugerimos que você organize um caderno de apontamentos. Compre algumas resmas de folhas do tamanho que desejar, de diferentes cores, e peça para encadernar. Em cada seção colorida, organize um aspecto da sua experiência com o estudo a distância, e dos seus trabalhos acadêmicos, suas atividades de pesquisa, de leitura, planejamento do tempo, do espaço, dos recursos a serem usados nos seus projetos.

Passo 2 - Construa seus relatos a partir das perguntas desencadeadoras de reflexão.
Seu diário de bordo deve ser encarado como uma atividade contínua ao longo da disciplina e ao longo do curso.

Nele você pode organizar muitas experiências e reflexões a respeito de diferentes dimensões e aspectos da sua experiência como aluno do curso. Você pode desenvolvê-lo em diferentes linguagens e em diferentes mídias e suportes (Blog eletrônico, diário escrito, diário gravado ou em vídeo).

Passo 3 - Você pode desenvolver o seu Diário de Bordo na linguagem e na mídia de sua escolha. Seria interessante que, após desenvolvê-lo em uma mídia (exemplo: desenho, escrita, colagem), você também tente desenvolvê-lo em uma linguagem virtual, a linguagem do Blog, por exemplo.
Por isso, aqui no passo 3, nós o(a) encorajamos a aprender a colocar o seu Diário de Bordo em formato de Blog.

Comece colocando alguns elementos do seu Diário de Bordo, aqui na sua sala de aula virtual no Moodle ou em um outro site de sua preferência. Para fazê-lo, siga as instruções clicando no link:
Tutorial da atividade de construção de um BLOG

Passo 4 - Participe no Fórum comentando sua experiência com a construção do seu diário de bordo e com a construção do seu Blog.

Disponibilize no tópico: "Comente aqui seu diário de bordo" do fórum desta sessão os seus comentários e percepções a respeito do processo de construção de seu diários de bordo.

a) Comente sua experiência ao construir o seu Diário de Bordo, suas dúvidas, questionamentos, descobertas. Socialize suas reflexões e percepções sobre os temas que você mais trabalhou no seu Diário de Bordo. Comente sobre as perguntas e como elas ajudaram a desencadear suas reflexões e elaborações.

b) Elabore novas perguntas que possam alimentar o nosso banco de perguntas provocadoras de reflexão sobre o fazer artístico, e sobre a sua experiência/identificação com a produção de arte... Você pode e deve levantar questionamentos, fazer sugestões para enriquecermos os métodos de construção do Diário de Bordo.

Passo 5 - Entre no Blog dos colegas e participe também. Não deixe de comentar as idéias trazidas pelos colegas no fórum. Participe também dos comentários dos colegas!

Passo 6 - Traga para este fórum novas perguntas, que podemos agregar a este rol de perguntas! Coloquem-nas no tópico "Novas Perguntas para o Diário de Bordo".

Você pode e deve levantar questionamentos, fazer sugestões para enriquecermos os métodos de construção do Diário de Bordo.

Abraços!
A equipe

FINAL DE BIMESTRE



Nesses tempos loucos, corremos o tempo inteiro: atrás de tudo, de todos, de nós mesmos... Mas, apesar de tanta correria e tanta procura, não achamos aquilo de que mais precisamos: tempo. Tempo para apreciarmos a vida, e as vidas que cruzam a nossa vida.

Não temos tempo para nada, nem mesmo para nos conhecermos melhor. E olha que estamos no mesmo barco! Parece que nem existimos de fato, além dos bytes e bits. Porém, atrás dos textos postados nos fóruns, atrás dos arquivos, das fotos digitais, existem pessoas de verdade, que têm sentimentos, sonhos, planos, dificuldades, cometem erros e acertos, mas, acima de tudo: existem! E o que nos impede de reconhecer isso, além da falta de tempo? Algo a se pensar, pois, com certeza, valeria a pena. Afinal, somos muitos, mas não podemos esquecer que também somos únicos.

Espero que nós - alunos e tutores - consigamos, em algum ponto de nossa longa caminhada até a conclusão do curso, estreitar nossas relações, ainda que não seja tão provável que todos venham a se conhecer pessoalmente, mas que ao menos alguns possam transcender o ciberespaço que nos aproxima, mas, paradoxalmente, também nos separa.

Um abraço a todos, nos veremos daqui a pouquinho, na próxima etapa que começa com o 3º bimestre do curso de Licenciatura em Artes Visuais!


Ah! E, já que estamos falando de tempo, que tal uma homenagem do grande poeta Caetano Veloso ao nosso assunto: o tempo...? Bom, pelo sim, pelo não, vamos lá: Carpe Diem!
Oração ao Tempo

(Caetano Veloso)
És um senhor tão bonito quanto a cara do meu filho
Tempo, tempo, tempo, tempo... vou te fazer um pedido
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Compositor de destinos, tambor de todos os ritmos
Tempo, tempo, tempo, tempo... entro num acordo contigo
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Por seres tão inventivo e pareceres contínuo
Tempo, tempo, tempo, tempo... és um dos deuses mais lindos
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Que sejas ainda mais vivo no som do meu estribilho
Tempo, tempo, tempo, tempo... ouve bem o que te digo
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Peço-te o prazer legítimo e o movimento preciso
Tempo, tempo, tempo, tempo... quando o tempo for propício
Tempo, tempo, tempo, tempo...
De modo que o meu espírito ganhe um brilho definido
Tempo, tempo, tempo, tempo... e eu espalhe benefícios
Tempo, tempo, tempo, tempo...
O que usaremos pra isso fica guardado em sigilo
Tempo, tempo, tempo, tempo... apenas contigo e migo
Tempo, tempo, tempo, tempo...
E quando eu tiver saído para fora do círculo
Tempo, tempo, tempo, tempo... não serei nem terás sido
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Ainda assim acredito ser possível reunirmo-nos
Tempo, tempo, tempo, tempo... num outro nível de vínculo
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Portanto peço-te aquilo e te ofereço elogios
Tempo, tempo, tempo, tempo... nas rimas do meu estilo
Tempo, tempo, tempo, tempo...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Escola Inclusiva


A exclusão escolar não ocorre apenas quando a criança ou o jovem está fora do sistema de ensino: ela acontece, muitas vezes, com o aluno matriculado regularmente na escola. Isso pode se dar por uma série de motivos, entre eles: questões lingüístico-culturais, dificuldade de aprendizagem (dislexia, hiperatividade, ritmo mais lento, etc.), necessidade especial leve ou acentuada (deficiência física ou intelectual), condição sócio-econômica, etnia, aparência (obesidade, albinismo), orientação sexual (homossexualidade), orientação religiosa, enfim, são muitos os fatores que podem levar um aluno a se sentir excluído, perseguido, humilhado ou ter qualquer tipo de desconforto continuado dentro do ambiente escolar.

Todo o adulto já teve a oportunidade de observar crianças e adolescentes, além de já ter vivido pessoalmente tais fases, e sabe, portanto, que estes podem ser extremamente cruéis com seus pares. Existem fases da vida nas quais é especialmente prazeroso para alguns torturar psicologicamente os outros, em especial aqueles que apresentam alguma diferença mais marcante em relação aos demais integrantes do grupo. Tal agressão pode tornar-se física, inclusive: não são raros os casos de assédio moral e agressões físicas nas escolas. Dessa forma, é papel do Educador (bem como dos demais profissionais que atuam na escola) observar tais comportamentos e intervir firmemente, antes que eles se tornem patológicos na escola, causando transtornos ainda mais graves.

Porém, além dessa intervenção, é necessária uma prevenção. É sempre oportuno que sejam trabalhados com os alunos temas que abordem a ética, o respeito à diversidade, de forma honesta e direta, porém, trazendo o lúdico, a interação e a participação efetiva dos alunos às discussões, para estas que não sejam transformadas em meros “sermões”, que serão, de qualquer forma, ouvidos, porém, totalmente rechaçados e esquecidos imediatamente.

É muito simplista e estranhamente cômoda, para a maioria, a postura de distanciamento dos problemas, com uma visão de que não vale a pena o investimento porque as crianças ou jovens que têm maus comportamentos são irrecuperáveis, já foram feitas inúmeras experiências, inclusive com jovens infratores, que provam o contrário. Entretanto, é necessário que haja motivação para mobilizá-los numa direção mais produtiva. Essa motivação provavelmente não será espontânea, terá, muitas vezes, de ser incentivada pelo Educador.
E, para que surja essa motivação intrínseca, devemos aplicar uma motivação extrínseca: elogiar os bons comportamentos, as ações feitas em prol da coletividade, os esforços pessoais de cada um, enfim, valorizar tudo o que há de bom e construtivo no indivíduo e no grupo.
Para começar, é necessário que o Educador conheça seus alunos: seu contexto sócio-econômico, sua comunidade, sua família, seu ritmo de aprendizado, seus interesses, potencialidades e limitações. Não é possível ter uma relação afetiva com quem não se conhece. É preciso, também, respeitar esse aluno, não subestimar a sua capacidade intelectual ou moral: ouvi-lo, dar-lhe espaço para que se expresse, para que opine, e para que o Educador possa, inclusive, aprender, com a vivência desse aluno. Tornar-se um parceiro dos alunos é o primeiro passo para que haja cumplicidade dentro do grupo, no sentido de cooperação e entendimento mútuos. Se o Educador for respeitado e bem quisto por seus alunos, poderá contar com eles nas diversas situações que se apresentam nesse relacionamento ensino-aprendizagem.

É necessário, também, além do estabelecimento da relação afetiva, tornar as aulas interessantes e interativas, tornando seu conteúdo atraente aos alunos. Isso se dará por meio da adoção de uma linguagem inteligível, da escolha de temas que façam sempre uma conexão com a realidade, pois, se o discurso for excessivamente acadêmico, o assunto pode rapidamente se tornar maçante e aluno abandonar o interesse e curiosidade sobre ele. A participação do aluno é também indispensável, a promoção de sua autonomia, porém, não se trata de abrir mão do papel de orientador, os papéis em sala de aula têm de estar sempre muito bem estabelecidos, conforme enfatiza o texto da Professora Diva Maciel, Processos Motivacionais e Inclusão Escolar: Contribuições à Formação do Professor de Artes (p. 105):

(...) não podemos concluir que devemos nos ater, em educação, a deixar a criança fazer apenas o que ela tenha interesse natural em fazer. (...) Pelo contrário, considerar a criança ativa e naturalmente motivada para conhecer e dominar o seu ambiente exige uma prática pedagógica sensível ao papel do professor de mediação entre a criança e a cultura, entre indivíduo e sociedade, entre a cultura primeira e a cultura elaborada.

Quanto à questão da inclusão de portadores de necessidades especiais, no ambiente escolar regular, isto é, com alunos que não possuem tais necessidades, além do que já foi exposto acima, em termos de respeito à diversidade e motivação comportamental, considero imprescindível uma formação adequada dos Educadores para a atuação efetiva na escola inclusiva.

Não é apenas com boa-vontade que se constrói um sistema educacional de qualidade para todos. Não é necessária apenas a empatia, são necessários (muito) treinamento, escolas com locais adequados para NEEs (acessibilidade), materiais específicos, equipamentos, ou seja, um ensino todo adaptado às diferenças e necessidades individuais. É também imprescindível que esse acolhimento seja estendido a todos: os colegas de escola também devem se engajar no sentido de incluir os portadores de necessidades especiais, pois é com eles que irão se relacionar mais constantemente dentro da escola.

Como futura Arte-educadora, considero que eu terei em mãos subsídios ainda mais interessantes para trabalhar com meus alunos tanto as questões motivacionais quanto as de inclusão, de respeito à diversidade. A Arte, em todas as suas linguagens, possibilita a fruição de todos, inclusive daqueles que não dispõem de um dos sentidos, ou que tenham dificuldade de locomoção, ou mesmo uma deficiência intelectual.

A Arte é democrática e pode ser lida de várias formas, não necessariamente das formas tradicionais: uma escultura, por exemplo, além de vista pode ser tocada. Cadeirantes podem dançar um ballet adaptado, isso já existe em vários lugares e proporciona ao público espetáculos belíssimos!

A Companhia de Dança Arte de Viver, por exemplo, está entre as 10 melhores do mundo na modalidade artística em dança para cadeirantes e já representou o Brasil em vários campeonatos, inclusive na Africa. Existem, hoje, eventos inteiros que exibem as produções artísticas de portadores de necessidades especiais em todas as linguagens da Arte, como o projeto Arte sem Barreias, cuja 1ª edição foi realizada em 2006:

“Evento ocupa diversos espaços culturais da cidade e traz trabalhos realizados por artistas com deficiência

Entre 19 de julho e 20 de agosto, diversos espaços da Cidade de Santos, São Paulo, serão palco, pela primeira vez, do Projeto Arte sem Barreiras, evento promovido pela Funarte, com patrocínio das Loterias da Caixa Econômica Federal. Dança, teatro, música, artes plásticas. Repleta de interessantes manifestações culturais, a mostra Santos guarda uma característica que a torna singular: os trabalhos apresentados são realizados por artistas com deficiência.
De grupos de dança com bailarinos sobre cadeiras de rodas até apresentação de bandas de percussão de surdos, passando por artistas que seguram o pincel com a boca, são muitas as possibilidades das pessoas com deficiências. Grandes nomes como Toulouse Lautrec e Anita Malfatti, por exemplo, tinham membros atrofiados e ainda assim, são lembrados pelo impacto causado por suas obras.

A mostra vai invadir até mesmo a Praça das Bandeiras e a Praia do Gonzaga. A intenção é promover a inclusão social e difundir a idéia de que a deficiência não impede a geração de olhares criativos e instigantes, traduzidos em obras que surpreendem pela qualidade estética, explica Claudia Amorim, coordenadora do projeto. O evento tem o apoio da Secretaria Municipal de Cultura, de Santos”.

Matéria na íntegra disponível em: http://www1.caixa.gov.br/imprensa/imprensa_release.asp?codigo=6304645&tipo_noticia=0

Enfim, o impossível não existe, são as próprias pessoas que colocam as limitações para elas mesmas e, algumas vezes, para os outros. Existe o mais difícil de alcançar, mas isso, em momento algum, quer dizer que não possa ser executado: para tanto, é necessário que o Educador também exercite a sua motivação... Afinal, o que o levou a cursar Licenciatura, senão a possibilidade maravilhosa de formar pessoas? E se essas pessoas são diferentes, isso deve se transformar numa barreira instransponível ou num desafio a ser encarado e as tais barreiras superadas?

Volta às aulas e volta à vida!




Queridos amigos,

A maioria de vocês já sabe que, no início desse ano, passei por uma situação bastante crítica, mas que, hoje, felizmente, o pior já passou!No dia 08/01 sofri um AVC (derrame) por causa de um aneurisma cerebral. Fui internada e, no dia 21/01, submetida a uma neurocirurgia, no Hospital da UNESP de Botucatu. Esse procedimento foi super delicado, durou 14,5 horas, mas foi realizado num local que é referência em neurologia, por isso, felizmente, fui muito bem assistida e deu tudo certo! Foi um susto muito grande e, no hospital, antes de ser operada, fiz diversos exames e recebi uma péssima notícia: além do aneurisma que causou o AVC, foram diagnosticados mais 3, por isso terei de passar por outra cirurgia dentro de 5 meses aproximadamente. Estou me recuperando muitíssimo bem, mas tenho certas limitações, claro, especialmente fiquei com alguns problemas de visão (o aneurisma estava atrás do olho esquerdo), mas nada que o tempo, a medicação e a observação de alguns cuidados indicados pelos médicos – e a necessidade que tenho agora de usar dois pares de óculos (perto e longe) – ou seja, nada que não dê para resolver! ;-)

Mas, por conta desses problemas, não posso ficar muito tempo em frente à tela do PC, por isso, vou ficar algum tempo “offline”: sem fuçar no Orkut, papear no MSN, trocar e-mails, essas coisas; tomara que todos entendam o meu sumiço, que, espero, não será muito prolongado...


Meu curso superior é online e estou priorizando o tempo que passo na internet para resolver as demandas do curso – que não são poucas! Aliás, esse bimestre tem sido bem diferente do anterior: a demanda cresceu absurdamente, tanto na leitura de textos enormes quanto na produção de trabalhos acadêmicos. Ufa! Mas, vamos lá, farei todo o esforço necessário para dar continuidade ao curso e, de quebra, espero conseguir manter boas menções. Provavelmente não terei SS em tudo novamente, mas, em vista de tudo o que se passou, estou fazendo o melhor que posso!

Essa situação e as minhas limitações têm exigido muito da Nega, também. Ela está tendo de assumir muitas das tarefas que eu tinha antes: compras de supermercado, pagamento de contas, enfim, toda essa parte sacal de administração de uma casa, porém, como estou em regime de repouso relativo, muito acabou caindo nas costas dela. Por isso quero me restabelecer completamente o mais breve possível, para que ela possa respirar um pouco!

Mas, apesar dos tropeços que todo esse episódio deixou, no meio disso tudo, eu também tive uma grande vitória: apesar da gravidade do que me aconteceu, houve tempo para eu ser operada, não sofri seqüelas muito severas do derrame e, acima de tudo: eu estou viva! Ou seja, mesmo no meio de adversidades, recebi várias bençãos de Deus.Outra benção com a qual fui contemplada é o fato de ser tão amada por tantas pessoas maravilhosas que fazem parte da minha vida! Não me canso de agradecer a Deus, porém, agora quero agradecer em público a essas pessoas: minha família e meus amigos. Agradeço o amor, o carinho e os cuidados de minhas filhas Raphaela, Johanna e Victoria; da Nega, minha companheira, amor da minha vida; e de minha irmã Sueli, que sempre foi mais do que uma verdadeira Mãe para mim e se desdobrou para ficar ao meu lado em todos os momentos.

Agradeço também a preocupação de outras pessoas da minha família – e isso inclui a família da Nega, pois há 11 anos essas pessoas maravilhosas me receberam sem restrições em seus corações - além de todas as minhas amigas e amigos que sofreram tanto, se preocuparam, oraram, enviaram suas vibrações positivas, encheram a sala de espera do hospital a procura de notícias minhas, correram atrás de médicos, enfim, que cuidaram com tanto carinho dessa pessoinha aqui! Espero nunca mais dar um susto desses em vocês, mas também por causa dele pude constatar o quanto sou querida por todos os que estão à minha volta e isso só aumentou a minha força para lutar e permanecer aqui, atormentando a vida de vocês! ;-)
E o resultado é esse: continuo na área e se me derrubarem é pênalti!Hehehe :D

MEUS QUERIDOS:

MAIS UMA VEZ, OBRIGADA A TODOS E TENHAM A CERTEZA DE QUE EU OS AMO MUITO TAMBÉM!
Suzy
Este depoimento foi escrito em fevereiro de 2008