terça-feira, 15 de abril de 2008

Não foi isso o que combinamos!!!


Sabe uma coisa que me deixa muito puta da vida? É quando se mudam as regras do jogo no meio do jogo!!! Foi o que aconteceu no curso que estou fazendo na UAB-UnB com relação ao Diário de Bordo.

No bimestre passado, a proposta era de que teríamos que fazer uma espécie de diário mesmo, onde manteríamos registros sobre o nosso percurso durante os 4 anos da Licenciatura em Artes Visuais. Esse espaço poderia estar em qualquer canto: num caderno, num blog, no ambiente de aprendizagem (Moodle), numa homepage, num papel de embrulhar pão, enfim, ao gosto do freguês. Tipo: "Oh, senhora liberdade, abra as asas sobre nós!".

Eu, que odiei o editor para o Diário de Bordo no ambiente de aprendizagem, criei rapidinho este blog para hospedar o meu DB. Enviei o link para os tutores (e, por sugestão deles, também para os colegas de turma) e passei a construí-lo, com a minha cara: os assuntos que me interessam, aqueles que acho pertinentes ao curso, alguns dos meus trabalhos acadêmicos, desabafos, opiniões pessoais, enfim, de tudo um pouco.

Qual não foi a minha surpresa - e profunda decepção - quando, neste 2º bimestre, os tutores nos dizem que os Diários de Bordo só serão avaliados se estiverem hospedados dentro do Moodle! E mais: os assuntos tem de estar relacionados com os temas e tarefas da semana. Uma coisinha assim, bem relógio de ponto, saca? vejamos, o que fiz hoje: "Querido diário, hoje eu tive de ler um texto cacete, rebuscado e cheio de trechos redundantes e fazer um resumo, depois vou colocar a minha opinião no fórum, tra-la-lá..." Cara, o que é isso? Não era absolutamente essa a proposta original, isso é ridículo, não vou ficar descrevendo as tarefas mecanicamente! Por isso, eu resolvi protestar! Péra lá.....

Para o bonde que eu quero descer!

Acho uma tremenda sacanagem, sabia? Além de ser um retrocesso... E, afinal, o que é que está pegando? Por acaso essas coisas não foram pensadas e debatidas antes de darem início ao curso? A galera agora está com preguiçinha de acessar os DBs fora do Moodle? Ah, mas que peninha! :-(

Bom, só para contrariar, além de meter a boca eu reproduzi no Ambiente de Aprendizagem o texto que no 1º bimestre foi veiculado pelos professores com as instruções para elaboração do Diário de Bordo. Afinal de contas, eu não tô louca, né? Se fiz o meu DB em forma de blog é porque eu tinha essa opção, ora bolas! :P

Acham que não? Acham que eu tô colocando chifre na cabeça de cavalo, e sendo muito mázinha com meus tutores? Ãhan... Então, leiam o texto abaixo - incia com o meu protesto - e digam se eu tenho razão, ou não, de estar puta da vida, uai! ;-)

NÃO FOI ASSIM QUE COMBINAMOS!

Bem, no início do 1º bimestre, fomos incentivados à construir um Diário de Bordo, que deveria nos acompanhar durante todo o curso de Licenciatura. A proposta, dividida em etapas, era, resumidamente, a seguinte: manter os nossos registros utilizando várias linguagens (sons, imagens, filems, etc.), na plataforma que escolhêssemos (Moodle, blogger, papel, documento Word, etc.). Inclusive, faço questão de reproduzir na íntegra essa atividade (abaixo), pois ela deixa bem claro a dinâmica do Diário de Bordo e que isso valeria para o curso inteiro.

Escolhi fazer um blog, que está hospedado em http://www.suzynobre.blogspot.com/
porque não gosto da ferramente disponível no Moodle, e agora recebo a informação dos tutores que, caso não coloque aqui as minhas inserções elas não valerão! Ora, tem alguma coisa errada nisso, certo? Mudaram as regras durante o jogo e, normalmente, isso não vale!

Fiquei muito chateada, pois gosto muito do meu blog, é uma plataforma flexível onde posso inserir várias mídias, tem uma estética legal para as postagens, dá para incluir outras informações que acho interessantes, e este espaço no Moodle não oferece essas funcionalidades.
Então, aqui fica o meu protesto contra a mudança da dinâmica do DB e uma certeza: valendo ou não, continuarei a manter meu blog, porque ele é muito mais prazeroso de se fazer.

Reprodução do texto retirado do Ambiente de Aprendizagem UAB-UnB no 1º bimestre

Atividade 1 - Construa o seu Diário de Bordo

Essa é a nossa proposta para você iniciar o seu diário de bordo!

Passo 1 - Você pode e deve construir o seu Diário de Bordo em diferentes linguagens: escrita, desenho, musical, poética, pintura, colagem, quadrinhos, dança e movimento, jogos, filmagem. Você pode utilizar diferentes suportes para desenvolver os seus registros porque o Diário de Bordo é uma experiência e não um lugar. Ele é uma experiência de auto-reflexão sobre a sua trajetória a partir de agora, e sobre as relações que você constrói com o seu curso, com a sua aprendizagem, com a sua vida.

Para começar a organizar essa proposta de uma forma mais concreta, sugerimos que você organize um caderno de apontamentos. Compre algumas resmas de folhas do tamanho que desejar, de diferentes cores, e peça para encadernar. Em cada seção colorida, organize um aspecto da sua experiência com o estudo a distância, e dos seus trabalhos acadêmicos, suas atividades de pesquisa, de leitura, planejamento do tempo, do espaço, dos recursos a serem usados nos seus projetos.

Passo 2 - Construa seus relatos a partir das perguntas desencadeadoras de reflexão.
Seu diário de bordo deve ser encarado como uma atividade contínua ao longo da disciplina e ao longo do curso.

Nele você pode organizar muitas experiências e reflexões a respeito de diferentes dimensões e aspectos da sua experiência como aluno do curso. Você pode desenvolvê-lo em diferentes linguagens e em diferentes mídias e suportes (Blog eletrônico, diário escrito, diário gravado ou em vídeo).

Passo 3 - Você pode desenvolver o seu Diário de Bordo na linguagem e na mídia de sua escolha. Seria interessante que, após desenvolvê-lo em uma mídia (exemplo: desenho, escrita, colagem), você também tente desenvolvê-lo em uma linguagem virtual, a linguagem do Blog, por exemplo.
Por isso, aqui no passo 3, nós o(a) encorajamos a aprender a colocar o seu Diário de Bordo em formato de Blog.

Comece colocando alguns elementos do seu Diário de Bordo, aqui na sua sala de aula virtual no Moodle ou em um outro site de sua preferência. Para fazê-lo, siga as instruções clicando no link:
Tutorial da atividade de construção de um BLOG

Passo 4 - Participe no Fórum comentando sua experiência com a construção do seu diário de bordo e com a construção do seu Blog.

Disponibilize no tópico: "Comente aqui seu diário de bordo" do fórum desta sessão os seus comentários e percepções a respeito do processo de construção de seu diários de bordo.

a) Comente sua experiência ao construir o seu Diário de Bordo, suas dúvidas, questionamentos, descobertas. Socialize suas reflexões e percepções sobre os temas que você mais trabalhou no seu Diário de Bordo. Comente sobre as perguntas e como elas ajudaram a desencadear suas reflexões e elaborações.

b) Elabore novas perguntas que possam alimentar o nosso banco de perguntas provocadoras de reflexão sobre o fazer artístico, e sobre a sua experiência/identificação com a produção de arte... Você pode e deve levantar questionamentos, fazer sugestões para enriquecermos os métodos de construção do Diário de Bordo.

Passo 5 - Entre no Blog dos colegas e participe também. Não deixe de comentar as idéias trazidas pelos colegas no fórum. Participe também dos comentários dos colegas!

Passo 6 - Traga para este fórum novas perguntas, que podemos agregar a este rol de perguntas! Coloquem-nas no tópico "Novas Perguntas para o Diário de Bordo".

Você pode e deve levantar questionamentos, fazer sugestões para enriquecermos os métodos de construção do Diário de Bordo.

Abraços!
A equipe

FINAL DE BIMESTRE



Nesses tempos loucos, corremos o tempo inteiro: atrás de tudo, de todos, de nós mesmos... Mas, apesar de tanta correria e tanta procura, não achamos aquilo de que mais precisamos: tempo. Tempo para apreciarmos a vida, e as vidas que cruzam a nossa vida.

Não temos tempo para nada, nem mesmo para nos conhecermos melhor. E olha que estamos no mesmo barco! Parece que nem existimos de fato, além dos bytes e bits. Porém, atrás dos textos postados nos fóruns, atrás dos arquivos, das fotos digitais, existem pessoas de verdade, que têm sentimentos, sonhos, planos, dificuldades, cometem erros e acertos, mas, acima de tudo: existem! E o que nos impede de reconhecer isso, além da falta de tempo? Algo a se pensar, pois, com certeza, valeria a pena. Afinal, somos muitos, mas não podemos esquecer que também somos únicos.

Espero que nós - alunos e tutores - consigamos, em algum ponto de nossa longa caminhada até a conclusão do curso, estreitar nossas relações, ainda que não seja tão provável que todos venham a se conhecer pessoalmente, mas que ao menos alguns possam transcender o ciberespaço que nos aproxima, mas, paradoxalmente, também nos separa.

Um abraço a todos, nos veremos daqui a pouquinho, na próxima etapa que começa com o 3º bimestre do curso de Licenciatura em Artes Visuais!


Ah! E, já que estamos falando de tempo, que tal uma homenagem do grande poeta Caetano Veloso ao nosso assunto: o tempo...? Bom, pelo sim, pelo não, vamos lá: Carpe Diem!
Oração ao Tempo

(Caetano Veloso)
És um senhor tão bonito quanto a cara do meu filho
Tempo, tempo, tempo, tempo... vou te fazer um pedido
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Compositor de destinos, tambor de todos os ritmos
Tempo, tempo, tempo, tempo... entro num acordo contigo
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Por seres tão inventivo e pareceres contínuo
Tempo, tempo, tempo, tempo... és um dos deuses mais lindos
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Que sejas ainda mais vivo no som do meu estribilho
Tempo, tempo, tempo, tempo... ouve bem o que te digo
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Peço-te o prazer legítimo e o movimento preciso
Tempo, tempo, tempo, tempo... quando o tempo for propício
Tempo, tempo, tempo, tempo...
De modo que o meu espírito ganhe um brilho definido
Tempo, tempo, tempo, tempo... e eu espalhe benefícios
Tempo, tempo, tempo, tempo...
O que usaremos pra isso fica guardado em sigilo
Tempo, tempo, tempo, tempo... apenas contigo e migo
Tempo, tempo, tempo, tempo...
E quando eu tiver saído para fora do círculo
Tempo, tempo, tempo, tempo... não serei nem terás sido
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Ainda assim acredito ser possível reunirmo-nos
Tempo, tempo, tempo, tempo... num outro nível de vínculo
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Portanto peço-te aquilo e te ofereço elogios
Tempo, tempo, tempo, tempo... nas rimas do meu estilo
Tempo, tempo, tempo, tempo...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Escola Inclusiva


A exclusão escolar não ocorre apenas quando a criança ou o jovem está fora do sistema de ensino: ela acontece, muitas vezes, com o aluno matriculado regularmente na escola. Isso pode se dar por uma série de motivos, entre eles: questões lingüístico-culturais, dificuldade de aprendizagem (dislexia, hiperatividade, ritmo mais lento, etc.), necessidade especial leve ou acentuada (deficiência física ou intelectual), condição sócio-econômica, etnia, aparência (obesidade, albinismo), orientação sexual (homossexualidade), orientação religiosa, enfim, são muitos os fatores que podem levar um aluno a se sentir excluído, perseguido, humilhado ou ter qualquer tipo de desconforto continuado dentro do ambiente escolar.

Todo o adulto já teve a oportunidade de observar crianças e adolescentes, além de já ter vivido pessoalmente tais fases, e sabe, portanto, que estes podem ser extremamente cruéis com seus pares. Existem fases da vida nas quais é especialmente prazeroso para alguns torturar psicologicamente os outros, em especial aqueles que apresentam alguma diferença mais marcante em relação aos demais integrantes do grupo. Tal agressão pode tornar-se física, inclusive: não são raros os casos de assédio moral e agressões físicas nas escolas. Dessa forma, é papel do Educador (bem como dos demais profissionais que atuam na escola) observar tais comportamentos e intervir firmemente, antes que eles se tornem patológicos na escola, causando transtornos ainda mais graves.

Porém, além dessa intervenção, é necessária uma prevenção. É sempre oportuno que sejam trabalhados com os alunos temas que abordem a ética, o respeito à diversidade, de forma honesta e direta, porém, trazendo o lúdico, a interação e a participação efetiva dos alunos às discussões, para estas que não sejam transformadas em meros “sermões”, que serão, de qualquer forma, ouvidos, porém, totalmente rechaçados e esquecidos imediatamente.

É muito simplista e estranhamente cômoda, para a maioria, a postura de distanciamento dos problemas, com uma visão de que não vale a pena o investimento porque as crianças ou jovens que têm maus comportamentos são irrecuperáveis, já foram feitas inúmeras experiências, inclusive com jovens infratores, que provam o contrário. Entretanto, é necessário que haja motivação para mobilizá-los numa direção mais produtiva. Essa motivação provavelmente não será espontânea, terá, muitas vezes, de ser incentivada pelo Educador.
E, para que surja essa motivação intrínseca, devemos aplicar uma motivação extrínseca: elogiar os bons comportamentos, as ações feitas em prol da coletividade, os esforços pessoais de cada um, enfim, valorizar tudo o que há de bom e construtivo no indivíduo e no grupo.
Para começar, é necessário que o Educador conheça seus alunos: seu contexto sócio-econômico, sua comunidade, sua família, seu ritmo de aprendizado, seus interesses, potencialidades e limitações. Não é possível ter uma relação afetiva com quem não se conhece. É preciso, também, respeitar esse aluno, não subestimar a sua capacidade intelectual ou moral: ouvi-lo, dar-lhe espaço para que se expresse, para que opine, e para que o Educador possa, inclusive, aprender, com a vivência desse aluno. Tornar-se um parceiro dos alunos é o primeiro passo para que haja cumplicidade dentro do grupo, no sentido de cooperação e entendimento mútuos. Se o Educador for respeitado e bem quisto por seus alunos, poderá contar com eles nas diversas situações que se apresentam nesse relacionamento ensino-aprendizagem.

É necessário, também, além do estabelecimento da relação afetiva, tornar as aulas interessantes e interativas, tornando seu conteúdo atraente aos alunos. Isso se dará por meio da adoção de uma linguagem inteligível, da escolha de temas que façam sempre uma conexão com a realidade, pois, se o discurso for excessivamente acadêmico, o assunto pode rapidamente se tornar maçante e aluno abandonar o interesse e curiosidade sobre ele. A participação do aluno é também indispensável, a promoção de sua autonomia, porém, não se trata de abrir mão do papel de orientador, os papéis em sala de aula têm de estar sempre muito bem estabelecidos, conforme enfatiza o texto da Professora Diva Maciel, Processos Motivacionais e Inclusão Escolar: Contribuições à Formação do Professor de Artes (p. 105):

(...) não podemos concluir que devemos nos ater, em educação, a deixar a criança fazer apenas o que ela tenha interesse natural em fazer. (...) Pelo contrário, considerar a criança ativa e naturalmente motivada para conhecer e dominar o seu ambiente exige uma prática pedagógica sensível ao papel do professor de mediação entre a criança e a cultura, entre indivíduo e sociedade, entre a cultura primeira e a cultura elaborada.

Quanto à questão da inclusão de portadores de necessidades especiais, no ambiente escolar regular, isto é, com alunos que não possuem tais necessidades, além do que já foi exposto acima, em termos de respeito à diversidade e motivação comportamental, considero imprescindível uma formação adequada dos Educadores para a atuação efetiva na escola inclusiva.

Não é apenas com boa-vontade que se constrói um sistema educacional de qualidade para todos. Não é necessária apenas a empatia, são necessários (muito) treinamento, escolas com locais adequados para NEEs (acessibilidade), materiais específicos, equipamentos, ou seja, um ensino todo adaptado às diferenças e necessidades individuais. É também imprescindível que esse acolhimento seja estendido a todos: os colegas de escola também devem se engajar no sentido de incluir os portadores de necessidades especiais, pois é com eles que irão se relacionar mais constantemente dentro da escola.

Como futura Arte-educadora, considero que eu terei em mãos subsídios ainda mais interessantes para trabalhar com meus alunos tanto as questões motivacionais quanto as de inclusão, de respeito à diversidade. A Arte, em todas as suas linguagens, possibilita a fruição de todos, inclusive daqueles que não dispõem de um dos sentidos, ou que tenham dificuldade de locomoção, ou mesmo uma deficiência intelectual.

A Arte é democrática e pode ser lida de várias formas, não necessariamente das formas tradicionais: uma escultura, por exemplo, além de vista pode ser tocada. Cadeirantes podem dançar um ballet adaptado, isso já existe em vários lugares e proporciona ao público espetáculos belíssimos!

A Companhia de Dança Arte de Viver, por exemplo, está entre as 10 melhores do mundo na modalidade artística em dança para cadeirantes e já representou o Brasil em vários campeonatos, inclusive na Africa. Existem, hoje, eventos inteiros que exibem as produções artísticas de portadores de necessidades especiais em todas as linguagens da Arte, como o projeto Arte sem Barreias, cuja 1ª edição foi realizada em 2006:

“Evento ocupa diversos espaços culturais da cidade e traz trabalhos realizados por artistas com deficiência

Entre 19 de julho e 20 de agosto, diversos espaços da Cidade de Santos, São Paulo, serão palco, pela primeira vez, do Projeto Arte sem Barreiras, evento promovido pela Funarte, com patrocínio das Loterias da Caixa Econômica Federal. Dança, teatro, música, artes plásticas. Repleta de interessantes manifestações culturais, a mostra Santos guarda uma característica que a torna singular: os trabalhos apresentados são realizados por artistas com deficiência.
De grupos de dança com bailarinos sobre cadeiras de rodas até apresentação de bandas de percussão de surdos, passando por artistas que seguram o pincel com a boca, são muitas as possibilidades das pessoas com deficiências. Grandes nomes como Toulouse Lautrec e Anita Malfatti, por exemplo, tinham membros atrofiados e ainda assim, são lembrados pelo impacto causado por suas obras.

A mostra vai invadir até mesmo a Praça das Bandeiras e a Praia do Gonzaga. A intenção é promover a inclusão social e difundir a idéia de que a deficiência não impede a geração de olhares criativos e instigantes, traduzidos em obras que surpreendem pela qualidade estética, explica Claudia Amorim, coordenadora do projeto. O evento tem o apoio da Secretaria Municipal de Cultura, de Santos”.

Matéria na íntegra disponível em: http://www1.caixa.gov.br/imprensa/imprensa_release.asp?codigo=6304645&tipo_noticia=0

Enfim, o impossível não existe, são as próprias pessoas que colocam as limitações para elas mesmas e, algumas vezes, para os outros. Existe o mais difícil de alcançar, mas isso, em momento algum, quer dizer que não possa ser executado: para tanto, é necessário que o Educador também exercite a sua motivação... Afinal, o que o levou a cursar Licenciatura, senão a possibilidade maravilhosa de formar pessoas? E se essas pessoas são diferentes, isso deve se transformar numa barreira instransponível ou num desafio a ser encarado e as tais barreiras superadas?

Volta às aulas e volta à vida!




Queridos amigos,

A maioria de vocês já sabe que, no início desse ano, passei por uma situação bastante crítica, mas que, hoje, felizmente, o pior já passou!No dia 08/01 sofri um AVC (derrame) por causa de um aneurisma cerebral. Fui internada e, no dia 21/01, submetida a uma neurocirurgia, no Hospital da UNESP de Botucatu. Esse procedimento foi super delicado, durou 14,5 horas, mas foi realizado num local que é referência em neurologia, por isso, felizmente, fui muito bem assistida e deu tudo certo! Foi um susto muito grande e, no hospital, antes de ser operada, fiz diversos exames e recebi uma péssima notícia: além do aneurisma que causou o AVC, foram diagnosticados mais 3, por isso terei de passar por outra cirurgia dentro de 5 meses aproximadamente. Estou me recuperando muitíssimo bem, mas tenho certas limitações, claro, especialmente fiquei com alguns problemas de visão (o aneurisma estava atrás do olho esquerdo), mas nada que o tempo, a medicação e a observação de alguns cuidados indicados pelos médicos – e a necessidade que tenho agora de usar dois pares de óculos (perto e longe) – ou seja, nada que não dê para resolver! ;-)

Mas, por conta desses problemas, não posso ficar muito tempo em frente à tela do PC, por isso, vou ficar algum tempo “offline”: sem fuçar no Orkut, papear no MSN, trocar e-mails, essas coisas; tomara que todos entendam o meu sumiço, que, espero, não será muito prolongado...


Meu curso superior é online e estou priorizando o tempo que passo na internet para resolver as demandas do curso – que não são poucas! Aliás, esse bimestre tem sido bem diferente do anterior: a demanda cresceu absurdamente, tanto na leitura de textos enormes quanto na produção de trabalhos acadêmicos. Ufa! Mas, vamos lá, farei todo o esforço necessário para dar continuidade ao curso e, de quebra, espero conseguir manter boas menções. Provavelmente não terei SS em tudo novamente, mas, em vista de tudo o que se passou, estou fazendo o melhor que posso!

Essa situação e as minhas limitações têm exigido muito da Nega, também. Ela está tendo de assumir muitas das tarefas que eu tinha antes: compras de supermercado, pagamento de contas, enfim, toda essa parte sacal de administração de uma casa, porém, como estou em regime de repouso relativo, muito acabou caindo nas costas dela. Por isso quero me restabelecer completamente o mais breve possível, para que ela possa respirar um pouco!

Mas, apesar dos tropeços que todo esse episódio deixou, no meio disso tudo, eu também tive uma grande vitória: apesar da gravidade do que me aconteceu, houve tempo para eu ser operada, não sofri seqüelas muito severas do derrame e, acima de tudo: eu estou viva! Ou seja, mesmo no meio de adversidades, recebi várias bençãos de Deus.Outra benção com a qual fui contemplada é o fato de ser tão amada por tantas pessoas maravilhosas que fazem parte da minha vida! Não me canso de agradecer a Deus, porém, agora quero agradecer em público a essas pessoas: minha família e meus amigos. Agradeço o amor, o carinho e os cuidados de minhas filhas Raphaela, Johanna e Victoria; da Nega, minha companheira, amor da minha vida; e de minha irmã Sueli, que sempre foi mais do que uma verdadeira Mãe para mim e se desdobrou para ficar ao meu lado em todos os momentos.

Agradeço também a preocupação de outras pessoas da minha família – e isso inclui a família da Nega, pois há 11 anos essas pessoas maravilhosas me receberam sem restrições em seus corações - além de todas as minhas amigas e amigos que sofreram tanto, se preocuparam, oraram, enviaram suas vibrações positivas, encheram a sala de espera do hospital a procura de notícias minhas, correram atrás de médicos, enfim, que cuidaram com tanto carinho dessa pessoinha aqui! Espero nunca mais dar um susto desses em vocês, mas também por causa dele pude constatar o quanto sou querida por todos os que estão à minha volta e isso só aumentou a minha força para lutar e permanecer aqui, atormentando a vida de vocês! ;-)
E o resultado é esse: continuo na área e se me derrubarem é pênalti!Hehehe :D

MEUS QUERIDOS:

MAIS UMA VEZ, OBRIGADA A TODOS E TENHAM A CERTEZA DE QUE EU OS AMO MUITO TAMBÉM!
Suzy
Este depoimento foi escrito em fevereiro de 2008