segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Atividade 6 - Fotonovela


Proposta da atividade

Na unidade anterior nós exercitamos a análise crítica das novelas e nos expressamos artisticamente manipulando imagens televisivas. Nesta unidade vamos continuar trabalhando com a linguagem da televisão produzindo uma fotonovela.

A fotonovela foi um tipo de publicação muito comum em décadas passadas quando a teledramartugia ainda não era consumida maciçamente pelos brasileiros. A fotonovela consiste basicamente em uma publicação com fotografias de cenas de uma dramaturgia, com textos que narravam as falas das personagens, bem similar à linguagem das Histórias em Quadrinhos. É uma forma de arte seqüencial que conjuga texto e imagens, com o objetivo de narrar histórias dos mais variados gêneros e estilos. São, em geral, publicadas no formato de revistas, livretos ou de pequenos trechos editados em jornais e revistas. Assim como as telenovelas, algumas fotonovelas são divididas em capítulos que, geralmente, têm um desfecho próprio, para dar a sensação de suspense e curiosidade ao leitor que certamente ficará tentado a comprar a continuação.

Memorial Descritivo da Fotonovela: Caminho do Polo

Nosso grupo - o ArteFato - foi formado por 6 alunos da turma ArV2: André Montanari, Carolina Antonio, Eleni Souza, Monique Gregianin, Suzy Nobre e Zacarias de Almeida. Além disso, contamos com a participação de Vanessa Gregianin e Anderson Stavski, que não são alunos da UnB.

Para contextualizar o nosso trabalho com os temas abordados nessa disciplina, nós decidimos fazer uma paródia da telenovela "Caminho das Índias", e chamamos a nossa fotonovela de "Caminho do Pólo". Aproveitamos essa contextualização e incluímos na história a nossa própria realidade de estudantes do EaD. Ela conta a história de uma menina de família tradicional indiana que deseja fazer um curso superior, mas é desestimulada pela família que entende que o lugar de uma mulher é em casa, cuidando do marido e dos filhos e que, para tanto, ela não precisa de instrução formal, e sim de entender e acatar os costumes de sua cultura. Entretanto, ela consegue burlar essa proibição se matriculando num curso superior a distância, dessa maneira, ela pode cursar uma Universidade sem que a família se dê conta, porque as aulas são ministradas em ambiente virtual. Porém, o irmão mais velho descobre essa manobra e daí acontecem os desdobramentos até o final da trama - feliz, é claro, como convém a uma fotonovela!

A história se passa na região do Itapetiningastão e as personagens são: a família Banananda formada por Lashanty (filha mais nova), Opaxééé (pai - que recebeu esse nome em alusão a uma expressão muito usada em Itapetininga, o "xééé"), Kaipindira (mãe), Ruyn Dadi (avó), Amthapad (irmão mais velho), Rasgaj (irmão do meio), Malárya e Shaturia (cunhadas que são mencionadas, mas não aparecem nas imagens), além do Noivo de Lashanty, e dos tutores do curso que são Indiara (uma homenagem à nossa tutora a distância do bimestre passado, a Andiara) e Sha Pandit.


ELENCO:

Anderson como Rasgaj e noivo de Lashanty

André como Amthapad

Carol como Tutora Indiara

Eleni como Lashanty

Monique como Ruyn Dadi

Shiva como Lord Shiva

Suzy como Opaxééé

Vanessa como Kaipindira

Zacarias como Sha Pandit


Foi muito prazerosa essa atividade, demos muitas risadas durante a produção, pois nos caracterizamos como indianos (estilizados, evidentemente). Pesquisamos as expressões usadas na novela, oriundas do idioma hindi, fotografamos em locações diferentes (em casa, em várias áreas do pólo). A criação dos diálogos foi trabalhosa, mas ficamos muito satisfeitos com os resultados, pois conseguimos aliar o humor às mensagens que queríamos passar no folhetim. Dois integrantes que estão bem familiarizados com o tratamento de imagens no Photoshop (André e Carol) fizeram um ótimo trabalho. Enfim, consideramos que o resultado final dessa atividade foi muito bom!

Você poderá visualizar e/ou fazer o download dessa fotonovela nesse site. Se decidir baixar o arquivo, gravado com a extensão PDF, precisará do Adobe Acrobat Reader instalado em seu computador para abri-lo. Aqui você faz o download gratuito do programa.


Chukriá!

ATIVIDADE 5 – ASSISTINDO PROGRAMAS DE HUMOR



A proposta dessa atividade é uma análise dos episódios de um programa de humor exibido nas duas últimas semanas. O que eu escolhi chama-se Casseta & Planeta, Urgente! e é exibido pela Rede Globo às terças-feiras no horário das 22:00 hs.


O Casseta & Planeta tem uma longa história que começa em 1978 com um grupo de amigos de faculdade (UFRJ) - Beto Silva, Helio de la Peña e Marcelo Madureira - que inauguram a fanzine de humor Casseta Popular. Mais tarde eles se juntam com outro grupo criativo carioca, formado por Reinaldo, Hubert e Cláudio Paiva, ex-redatores do Pasquim, responsáveis pelo tablóide mensal O Planeta Diário. De lá para cá, o grupo lançou dois longa-metragens: Casseta & Planeta: A Taça do Mundo é Nossa (2003) e Seus problemas acabaram! (2006).



Integrantes do grupo:



Reinaldo

Helio de la Peña

Claudio Manoel

Beto Silva

Marcelo Madureira

Hubert

Maria Paula (substitui Kátia Maranhão desde 1994)

Bussunda (falecido em 2006)


Este humorístico faz o gênero comédia rasgada: seu enredo é “politicamente incorreto”, usa e abusa de piadas sobre minorias, como os homossexuais, nacionalidades (portugueses, judeus, argentinos) mulheres (especialmente as loiras), negros, gaúchos, baianos, bêbados, enfim, fazem piadas de tudo e de todos, mas são os políticos e as celebridades os que mais ganham destaque nas sátiras da trupe.


O programa se destina ao público adulto, porém, também é muito assistido por adolescentes e crianças na maioria das casas. Os principais temas abordados são:


  • Paródias sobre programas e telenovelas da Rede Globo, em especial a novela das nove
  • Sátira sobre a vida das celebridades
  • Crítica sobre acontecimentos políticos da semana, escândalos
  • Quadros fixos, como o do Seu Creysson, o Cafofo do Obama, Guerreiro Bombeiro, Fucker and Sucker, MC Ferrow e MC Deumal, Acarajette Lovve, etc.



A caracterização das personagens depende da sátira que o quadro pretende fazer: Acarajetti Lovve (na foto com a cantora Daniela Mercury), por exemplo, é a caricatura de uma cantora de Axé, portanto, seu figurino segue a linha das vestimentas típicas das cantoras de trios elétricos: vestidos curtos, com brilho, botas de cano alto, etc. Outros personagens, como o Ozama Bin Ladin é uma caricatura do terrorista

Osama Bin Laden, por isso, seu figurino é uma vestimenta árabe estilizada, e assim por diante.





O programa é bastante divertido, entretanto, algumas piadas chegam a esbarrar no mau gosto, algumas colocações têm uma boa dose de machismo, o que também chega a incomodar um pouco, porém, no geral, é um humorístico bastante engraçado e que certamente caiu no gosto dos telespectadores brasileiros, ou não seria tão longevo.


A influência do Casseta & Planeta é sentida no cotidiano, quando são repetidos os bordões da trupe, ou certas características mais marcantes, como a fala do personagem Seu Creysson, por exemplo, muito imitada pelos telespectadores, porém, a sua influência é limitada, posto que as pessoas assistem aos programas humorísticos sem qualquer compromisso com a reflexão: fazem-no pelo entretenimento e mais nada.



Seria interessante, porém, observarmos o que está por trás de muitas piadas, a mensagem das paródias, a ironia empregada em certos momentos, pois o que na verdade está se fazendo é uma crítica aos acontecimentos cotidianos: escândalos políticos, indiscrições de celebridades, práticas duvidosas, situações preconceituosas, etc.


Se eu pudesse mudar alguma coisa no programa, certamente reformularia a sua dinâmica, pois acredito que a receita, embora evidentemente bem-sucedida, já esteja um pouco desgastada.



Todas as imagens foram retiradas do site: http://casseta.globo.com/

Atividade 4 - Resenha do filme "O Show de Truman"


O filme proposto para essa Unidade, O Show de Truman (The Truman Show, 1988), foi estrelado por Jim Carrey no papel de Truman Burbank, e conta no elenco com Ed Harris (Christof) e Laura Linney (Meryl). A direção é de Peter Weir.


As principais personagens são:


Truman Burbank (Jim Carrey)

Christof (Ed Harris)

Meryl (Laura Linney)

Marlon (Noah Emmerich)

Lauren Garland / Sylvia (Natascha McElhone)

Mãe de Truman (Holland Taylor)

Pai de Truman (Brian Delate)

Lawrence (Peter Krause)

Vivien (Heidi Schanz)

Ron (Ron Taylor)

Don (Don Taylor)

Diretor da Sala de Controle (Paul Giamatti)

Executivo (Philip Baker Hall)


A trama gira em torno da Truman Burbank, uma pessoa que nasceu, cresceu e vive num reality show: onde câmeras acompanham a sua vida durante as 24 horas do dia. A cidade onde vive é cenográfica, as pessoas com as quais convive são atores e atrizes, ele, porém, desconhece toda essa dinâmica, não tem a menor idéia de que é a estrela de um programa de TV.


Truman é um pacato corretor de seguros, casado, vive uma vida tranqüila e rotineira: toma cervejas com um amigo de infância, compra revistas para a esposa, cumprimenta os seus vivinhos sempre da mesma forma: “caso não os veja de novo, tenham uma boa tarde e uma boa noite”; enfim, tem uma existência sem maiores sobressaltos. Nunca saiu de sua cidade (que ele imagina ser uma cidade, mas que, na verdade, é uma grande redoma onde tudo é artificial: o dia, a noite, o mar, a chuva, etc.). Para impedir que Truman tivesse ímpetos de deixar a “cidade”, foi planejado pelo diretor da série a simulação de um acidente marítimo que teria tirado a vida do pai de Truman. Dessa maneira, ele teria receio de utilizar um barco para velejar e, conseqüentemente, esbarrar com as delimitações do estúdio.



O reality é amplamente assistido, muitas pessoas acompanham o programa durante 30 anos ininterruptos. Algumas dessas pessoas têm verdadeira compulsão por ele, discutem o show, se emocionam, consomem produtos da série, se envolvem realmente com a personagem, porém, sem ter uma visão crítica sobre a situação de uma pessoa cuja vida é uma farsa motivada apenas por questões de lucro, audiência, marketing.


Porém, um dia as coisas saíram do controle estrito que o criador do programa – Christof – detinha: o ator que fez a personagem do pai de Truman resolve voltar à cidade-estúdio para se promover num show de grande audiência. O pessoal da produção se dá conta disso e tenta retirar o ator do estúdio, porém, Truman acaba vendo o “pai” que estava morto havia muitos anos. No frenesi de chegar perto dele, acaba entrando num prédio onde não costumava entrar naquele horário e encontra uma equipe de produção almoçando por trás dos cenários. A partir desse episódio, uma série de acontecimentos, como a queda de um holofote do “céu”, fazem com que Truman vá se dando conta de as coisas à sua volta não são bem aquilo que aparentam ser.



Além disso, uma atriz (Sylvia) entra para o show e decide tentar alertar Truman para a sua condição de “cobaia” de um reality show, mas é expulsa do programa. Mas, desde a sua saída de seu convívio, Truman amadurece um desejo de reencontrá-la, e lhes são despertados também o desejo de viajar, de conhecer outros lugares. A situação vai num crescendo até que Truman finalmente domina os seus medos e resolve velejar para encontrar Sylvia e, de uma certa maneira, a sua liberdade. Enfrenta uma tempestade terrível (criada pela produção do programa) e chega ao final encontrando uma parede, o limite do estúdio. Finalmente, Christof, seu “criador” trava com ele um breve diálogo acompanhado com sofreguidão por milhares de telespectadores que esperam pelo desfecho do confronto: irá Truman sair da vida que conhece para enfrentar o mundo lá fora ou se dobrará à vontade da mídia? Entrtanto, Truman não cede à tentativa de persuasão do diretor e se despede dele – e, simbolicamente, de todo o público – com uma reverência e o seu popular jargão: “Caso não os veja de novo, tenham uma boa tarde e uma boa noite!”, levando ao frenesi todos aqueles que assistiam àquele capítulo.


Esse filme traz uma mensagem bastante significativa sobre o poder exercido pelos meios de comunicação de massa, em especial a televisão, e os perigos da manipulação aí implícita. O enredo mostra até que ponto poderia chegar um grupo de pessoas em favor de interesses econômicos tais como a audiência de uma emissora, a venda de produtos, ou mesmo a manutenção da vaidade de um produtor de TV que, para ser original, chega ao cúmulo de “criar” uma personagem de TV privando um ser humano de uma vida normal, exibindo-o como um animal de circo totalmente à sua revelia.



É também interessante analisar a história pelo ângulo do telespectador que, embora saiba da condição de Truman, não faz uma crítica moral dessa situação: ninguém se mobiliza para intervir na farsa, para livrar o homem da manipulação total de sua vida. Os telespectadores consomem os produtos do programa, acompanham seus capítulos avidamente, porém, não vêem Truman como um par, e sim como uma marionete cuja existência tem como único propósito o seu entretenimento.


Se analisarmos com frieza, chegaremos à conclusão de que é exatamente isso mesmo o que acontece: em maior ou menor escala, nos alimentamos das mazelas alheias, consumimos imagens de tiroteios, discutimos casos como o da “menina Isabela”, ou do “maníaco do parque” e tantos outros acontecimentos que a mídia tão avidamente lança para dentro de nossas casas e nós, tão avidamente quanto, permitimos essa entrada porque queremos saber, ver, espiar.


Mas, enquanto isso, nós avaliamos realmente às custas do que aquelas imagens estão sendo incessantemente repetidas? Avaliamos até que ponto vai o sofrimento das pessoas cujas vidas foram irremediavelmente afetadas por aqueles acontecimentos que, para nós, serão esquecidos assim que a próxima imagem sensacionalista ocupar a telinha da nossa TV? Provavelmente, não.


Como diriam os americanos: “Sad, but true”.


NOTAS:


1. Esta resenha foi apresentada à disciplina Tecnologias Contemporâneas na Escola-3.

2. Todas as imagens do filme foram retiradas do site: www.thetrumanshow.com