terça-feira, 15 de abril de 2008

FINAL DE BIMESTRE



Nesses tempos loucos, corremos o tempo inteiro: atrás de tudo, de todos, de nós mesmos... Mas, apesar de tanta correria e tanta procura, não achamos aquilo de que mais precisamos: tempo. Tempo para apreciarmos a vida, e as vidas que cruzam a nossa vida.

Não temos tempo para nada, nem mesmo para nos conhecermos melhor. E olha que estamos no mesmo barco! Parece que nem existimos de fato, além dos bytes e bits. Porém, atrás dos textos postados nos fóruns, atrás dos arquivos, das fotos digitais, existem pessoas de verdade, que têm sentimentos, sonhos, planos, dificuldades, cometem erros e acertos, mas, acima de tudo: existem! E o que nos impede de reconhecer isso, além da falta de tempo? Algo a se pensar, pois, com certeza, valeria a pena. Afinal, somos muitos, mas não podemos esquecer que também somos únicos.

Espero que nós - alunos e tutores - consigamos, em algum ponto de nossa longa caminhada até a conclusão do curso, estreitar nossas relações, ainda que não seja tão provável que todos venham a se conhecer pessoalmente, mas que ao menos alguns possam transcender o ciberespaço que nos aproxima, mas, paradoxalmente, também nos separa.

Um abraço a todos, nos veremos daqui a pouquinho, na próxima etapa que começa com o 3º bimestre do curso de Licenciatura em Artes Visuais!


Ah! E, já que estamos falando de tempo, que tal uma homenagem do grande poeta Caetano Veloso ao nosso assunto: o tempo...? Bom, pelo sim, pelo não, vamos lá: Carpe Diem!
Oração ao Tempo

(Caetano Veloso)
És um senhor tão bonito quanto a cara do meu filho
Tempo, tempo, tempo, tempo... vou te fazer um pedido
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Compositor de destinos, tambor de todos os ritmos
Tempo, tempo, tempo, tempo... entro num acordo contigo
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Por seres tão inventivo e pareceres contínuo
Tempo, tempo, tempo, tempo... és um dos deuses mais lindos
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Que sejas ainda mais vivo no som do meu estribilho
Tempo, tempo, tempo, tempo... ouve bem o que te digo
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Peço-te o prazer legítimo e o movimento preciso
Tempo, tempo, tempo, tempo... quando o tempo for propício
Tempo, tempo, tempo, tempo...
De modo que o meu espírito ganhe um brilho definido
Tempo, tempo, tempo, tempo... e eu espalhe benefícios
Tempo, tempo, tempo, tempo...
O que usaremos pra isso fica guardado em sigilo
Tempo, tempo, tempo, tempo... apenas contigo e migo
Tempo, tempo, tempo, tempo...
E quando eu tiver saído para fora do círculo
Tempo, tempo, tempo, tempo... não serei nem terás sido
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Ainda assim acredito ser possível reunirmo-nos
Tempo, tempo, tempo, tempo... num outro nível de vínculo
Tempo, tempo, tempo, tempo...
Portanto peço-te aquilo e te ofereço elogios
Tempo, tempo, tempo, tempo... nas rimas do meu estilo
Tempo, tempo, tempo, tempo...

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